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Rachados, líderes europeus abrem cúpula

Começa hoje na Bélgica reunião da UE para tentar salvar o euro, mas divergências entre líderes têm aumentado

Após ameaçar rebaixar nota de 15 dos 17 países da zona do euro, S&P faz o mesmo alerta sobre União Europeia

Fabrizio Bensch/Reuters
Chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, chega para um evento de seu governo em Berlim
Chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, chega para um evento de seu governo em Berlim

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

É sob clima pessimista e de muitas indefinições que os líderes europeus começam na noite de hoje um encontro de dois dias que promete ser decisivo para o futuro do bloco.

Ao contrário das reuniões anteriores, os líderes das duas principais economias do continente, Angela Merkel (Alemanha) e Nicolas Sarkozy (França), chegam com discurso mais afinado, mas que não necessariamente será suficiente para pôr fim aos temores do mercado sobre calotes vindos da Europa.

Os dois divulgaram carta a Herman van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, em que defendem, entre outras medidas, sanções automáticas para os países que não respeitarem as regras de controle orçamentário.

A regra exige que o deficit não ultrapasse 3% do PIB e a dívida não supere 60% do mesmo indicador.

"Esses passos precisam ser dados já, sem atraso. Consideramos isso uma questão de necessidade, credibilidade e confiança no futuro da União Econômica e Monetária", afirmam Merkel e Sarkozy.

Eles apoiam ainda que a Corte Europeia de Justiça monitore se os países estão seguindo as regras orçamentárias e reuniões regulares de chefes de Estado.

Também querem a "aceleração do progresso" para o sistema de tributação de base comum consolidada para as empresas da região.

A pressa dos dois -reiterada por Sarkozy, que afirmou a deputados franceses que a UE corre o risco de "explosão" se a proposta deles não for aprovada-, porém, tem vários obstáculos.

O mais importante é que mudanças nos tratados europeus precisam da aprovação dos 27 membros da UE, inclusive dos dez que não usam o euro como moeda.

O Reino Unido é um dos dez, e o primeiro-ministro David Cameron já disse que vai proteger o setor financeiro britânico das medidas que podem sair do encontro de líderes em Bruxelas, como a taxação sobre transações.

"Quanto mais os países da zona do euro pedirem, mais nós vamos pedir em retorno."

A aprovação por todos os países também deve atrasar uma solução. Mesmo se ficar restrita aos 17 países da zona do euro, precisa da sanção dos Parlamentos e em alguns casos (da Irlanda, por exemplo) também da aprovação de referendo popular.

De acordo com o "Financial Times", a Alemanha quer o apoio dos 27 países, como uma forma de dar legitimidade às mudanças.

Há dúvidas também se as medidas serão suficientes para acalmar os mercados.

A antecipação para o ano que vem de um fundo de resgate de € 500 bilhões que deveria entrar em vigor em 2013 parece ter sido descartada, e um maior papel do BCE (Banco Central Europeu) tem a oposição alemã.

Para piorar a situação, a Standard & Poor's, que dois dias antes havia ameaçado rebaixar a nota de 15 dos 17 países da zona do euro, disse ontem que pode rebaixar a nota da União Europeia.

Colocou sob "perspectiva negativa" também a nota de bancos como BNP Paribas e Barclays e de cidades como Milão, Paris e Barcelona.

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