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Irã oferece à ONU acesso a instalações nucleares

Iniciativa é gesto positivo antes de nova reunião

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

O Irã disse ontem que permitirá acesso dos inspetores nucleares da ONU a duas instalações sensíveis, entre elas uma central cuja atividade contribuiu para o fracasso de negociações diplomáticas no fim de semana.

Anunciada durante visita a Teerã do diretor-geral da agência nuclear da ONU (AIEA), Yukiya Amano, a decisão é amplamente vista como gesto de boa vontade iraniana antes da retomada das conversas, no dia 20.

Inspetores poderão vistoriar a central de Arak, 290 km a sudoeste de Teerã, que produz água pesada para um reator nuclear em construção.

Peritos da ONU temem que o reator, uma vez terminado, produza plutônio, usado na fabricação de bombas atômicas. A última visita da AIEA ao local ocorreu há dois anos.

O Irã, que vem mostrando maior pragmatismo desde a eleição do presidente Hasan Rowhani, se comprometeu ainda a permitir inspeções em sua maior mina de urânio, no sul. O urânio, quando purificado, também pode servir à obtenção da bomba.

A base de Parchin, onde a AIEA suspeita ter havido teste com explosões até 2003, não foi aberta aos inspetores. Amano disse que continuará cobrando acesso ao local.

O Irã alega que Parchin não é uma instalação nuclear, e, por isso, não está sujeita a inspeções. O país argumenta que seu programa nuclear tem fins pacíficos.

Mas objeções francesas, principalmente acerca de Arak, foram decisivas para impedir um acordo entre Irã e potências durante negociações encerradas no domingo.

A França foi criticada por insistir no acesso iraniano ao plutônio que, segundo diplomatas e analistas, se encontra em estado embrionário e não representa risco de proliferação no médio prazo.

EUA e Reino Unido indicavam otimismo, o que havia gerado expectativa de um acordo preliminar.

KERRY

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, minimizou relatos de racha ocidental e alegou que as negociações não vingaram porque a missão iraniana precisava se reportar à cúpula do governo.

"Os franceses aprovaram, nós aprovamos, e todos concordamos que nossa proposta era justa", disse Kerry, numa referência à oferta das potências que exigiria do Irã o congelamento de boa parte das atividades nucleares em troca de um alívio modesto das sanções.


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