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Eleição presidencial de Honduras deve ter vitória da direita

Segundo Tribunal Supremo Eleitoral, Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional, deve ser vencedor

Candidata de centro-esquerda havia se declarado ganhadora, o que gera temores de que não reconheça resultado

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A TEGUCIGALPA

O direitista Juan Orlando Hernández, 45, deve ser o próximo presidente de Honduras, segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).

Com 24% dos votos apurados, ele acumulava 35% dos votos válidos.

O resultado parcial foi divulgado às 20h locais (meia-noite em São Paulo). Quinze minutos antes, a candidata centro-esquerdista Xiomara Castro havia se declarado vencedora, gerando temores de que seu partido, Libre, não reconheça o resultado oficial.

A provável vitória de Hernández é um triunfo do Partido Nacional (PN, direita), que, em 2009, respaldou a deposição do então presidente, Manuel Zelaya, em 2009, e agora supera a baixa popularidade do atual mandatário, o também nacionalista Porfirio "Pepe" Lobo.

Xiomara, 54, cuja candidatura foi impulsionada pelo marido, Zelaya, aparece em segundo lugar, com 28% dos votos válidos.

Com o resultado, o partido de Zelaya, Libre, fundado há apenas dois anos, se consolida como a segunda força política do país, rompendo o bipartidarismo centenário entre o PN e o Partido Liberal (PL, centro), a antiga sigla do ex-presidente.

Hernández não terá vida fácil no Congresso. A fragmentação política deve aumentar o tamanho da oposição no Legislativo, com presença significativa do Libre (Zelaya deve ser eleito deputado), do PL e, provavelmente, de outra legenda nova, o PAC (Partido Anticorrupção)

Advogado com mestrado em administração nos EUA, Hernández era o presidente do Congresso até junho. Nesse período, impulsionou a criação da Polícia Militar, implantada em outubro, e de programas sociais, fartamente usados como propaganda de campanha.

Essa espécie de governo paralelo de Hernández foi a estratégia para compensar a impopularidade de Pepe Lobo, que falhou em debelar a violência e praticamente desapareceu na campanha.

O principal desafio do presidente eleito será justamente combater a criminalidade. Honduras tem a taxa de homicídios mais alta do mundo, com 86,5 assassinatos por 100 mil habitantes em 2012.

A votação ocorreu sem incidentes mais graves.

A vitória do PN mostra a eficácia de uma campanha marcada por distribuição de benesses como caixões funerários, cimento e cartões de desconto no comércio.

Anteontem, bairros pobres de Tegucigalpa ganharam farta distribuição de produtos de primeira necessidade pela campanha nacionalista.

A eleição presidencial em Honduras, com 5,3 milhões de eleitores, tem apenas um turno. Foram renovados também os 123 deputados do Congresso (unicameral), prefeitos e vereadores.

O presidente é eleito para um mandato de quatro anos, sem nenhuma possibilidade de reeleição.


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