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Luta antidrogas tem de mudar, diz prefeito

DO ENVIADO A MEDELLÍN

A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha pelo prefeito de Medellín, Aníbal Gaviria, 47, em seu gabinete:

Folha - Medellín conseguiu reduzir drasticamente a taxa de homicídios desde os anos 1990, mas ela continua alta. O que fazer para que continue diminuindo?

Aníbal Gaviria - É certo que temos uma taxa alta, mas é muito difícil encontrar uma cidade no mundo que tenha conseguido diminuir como Medellín nos últimos 15 anos. Chegamos a 380 homicídios por 100 mil habitantes. Hoje, estamos em 38 por 100 mil.

O que fizemos e o que vamos fazer? Por um lado, temos de fortalecer o exercício da cadeia de autoridade e de Justiça. É preciso fortalecer a presença da polícia. Mais policiais, mais bem equipados e mais bem controlados para evitar fenômenos de ineficiência e corrupção.

Mas também uma melhor cadeia de investigação para evitar a impunidade e melhoras no sistema carcerário.

E há o tema das oportunidades. Os jovens são, lamentavelmente, os que matam e os que morrem.

Por isso, temos de nos incumbir cada vez mais deles, contra os riscos que os levam às drogas, ao vício e à violência. Para isso, a estratégia básica é a educação, a primeira e a mais transcendental.

Todos os índices mostram que, se o jovem está trabalhando ou estudando, é muito mais difícil que caia no caminho da violência.

Desde a morte de Escobar, o consumo interno de cocaína aumentou?

Sim, mas não só em Medellín: na Colômbia e em toda a América Latina. As drogas estão relacionadas com todos os aspectos da violência nas nossas cidades.

Um dos principais focos de ação da nossa cidade tem de ser em torno do ataque à cadeia das drogas ilícitas, e não ao narcotráfico.

Falar de narcotráfico, a meu ver, é equivocado, porque é apenas um degrau da cadeia.

Qual é a sua opinião sobre a legalização controlada das drogas, defendida por ex-presidentes, como Fernando Henrique Cardoso e César Gaviria (Colômbia)?

Eu entendi como mudança de paradigma, e nisso estou totalmente de acordo. Agora, eu não saberia dizer qual a receita específica.

Mas tem de ser, sem eliminar a autoridade e a luta contra o delito, reforçando o enfoque de saúde pública e pedagógico.


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