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Oposição a Chávez está 'unida como nunca'

Coordenador para processo de escolha do candidato opositor na Venezuela rechaça opções personalistas

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

Articulador e líder da maior tentativa de unidade da oposição venezuelana desde o início da era Hugo Chávez, em 1999, o advogado, professor e ex-presidente da Câmara Ramón Guillermo Aveledo, 61, coordena a escolha do candidato a opositor do atual mandatário no pleito de 2012.

Em entrevista à Folha, em Brasília, Aveledo defendeu mudanças radicais na economia e na política externa.

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Folha - Se vencer, a Unidade Democrática vai mudar a Constituição chavista?

Ramón Aveledo - Somos partidários de preservá-la. Eu gostaria que não houvesse reeleições indefinidas para o presidente, ou que os mandatos fossem mais curtos, mas são questões menores ante o fato de que a Constituição pode ser um ponto de encontro.

A doença de Chávez cria um novo equilíbrio político?

Se ele quer mesmo concorrer, precisa dar segurança aos venezuelanos. A doença não tem sido tratada com transparência, como no Brasil.

Ele tem uma liderança forte e não articulou um sucessor. Isso cria um vácuo político?

Esse vazio seria do chavismo. Concorreremos com nosso candidato e estamos unidos como nunca. Temos nomes com muita viabilidade e popularidade similar à de Chávez, mas não queremos um nome personalista.

Há o que mudar na questão social, já que Chávez ganhou até prêmios internacionais?

Há políticas como as "misiones" que são discriminadoras, só com chavistas. E há, sim, medidas sociais boas, como o "bairro adentro", que serão mantidas, mas têm de melhorar. Vamos universalizá-lo e providenciar recursos cortando gastos em coisas que não são importantes.

Exemplo?

A cooperação com outros países tem de ser de acordo com as nossas possibilidades e não só para estimular a popularidade do presidente.

Os caças Sukhoi comprados à Rússia podem ser vendidos?

Pode ser, porque não temos por que nos envolver numa escalada armamentista. Aviões supersônicos não servem para vigiar fronteiras.

É possível parceria real com a Colômbia contra as Farc?

A relação dos presidentes Chávez e [Juan Manuel] Santos está bem, mas conosco pode melhorar muito mais. Estamos muito dispostos a fazer uma aliança real contra terrorismo e narcotráfico.

Chávez se aproximou muito de Cuba e do Irã, por exemplo. O que deve mudar na política externa?

Seguramente, haverá relações muito fortes com Cuba, porque é muito próxima e tudo isso que ocorreu entre os dois governos você não pode desmontar de um dia para outro. Mas vamos enfatizar alianças com países vizinhos e que tenham afinidade, uma visão similar do mundo e de futuro e representem algo para a sociedade venezuelana, gerem empregos.

Como vão evoluir as relações com Bolívia e Equador?

Nós temos, historicamente, uma relação estreita com Equador e Bolívia e continuaremos tendo. As questões ideológicas são secundárias.

Leia a íntegra da entrevista
folha.com/no1019440

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