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"Governo aberto" aproxima países, diz assessora de Obama

Samantha Power esteve em Brasília durante evento promovido pela CGU; ela falou da cooperação EUA-Brasil

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O modelo de interação e influência dos EUA no mundo está mudando e a Parceria para Governo Aberto tem papel relevante nessa abordagem.

A administração de Barack Obama tem priorizado essa agenda como uma das mais relevantes para que os EUA se aproximem de países antes refratários ao discurso convencional pró-democracia.

Esse é o resumo do que disse Samantha Power, assessora especial de Obama na Casa Branca. Ela esteve em Brasília para participar de um evento promovido pela CGU (Controladoria-Geral da União), em Brasília. Na quarta-feira à noite, falou à Folha.

O Brasil organizou um encontro entre os países que fazem parte da OGP, como é conhecida a iniciativa pela sua denominação em inglês. É um projeto nascido em Washington do qual o governo brasileiro e americano compartilham a coordenação.

"O fato de o Brasil hospedar esse encontro depois de ter aprovado a sua Lei de Acesso a Informações é um bom exemplo de como a liderança interna do Brasil pode ser a base para o perfil internacional de sua liderança multilateral", disse Power.

Obama, diz ela, "estava procurando uma nova maneira de conversar sobre governança e democracia".

Não é coincidência que mais de 40 países adotaram leis de acesso a informação desde a década de 80. O cenário era propício e foi então formatado um programa para integrar esse tema à agenda internacional.

A ideia da OGP tomou corpo no final de 2010. "E o primeiro país que nós pensamos em contatar foi o Brasil."

Segundo ela, no processo de definição do grupo inicial de nações que iriam compor a OGP "ele [Obama] falou muito claramente [...] que gostava da ideia de o Brasil assumir um papel de liderança num conjunto de assuntos".

Aí ocorreu uma conjunção de interesses. A presidente Dilma Rousseff havia sido voto vencido durante o governo de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, para acelerar a tramitação da Lei de Acesso no Congresso brasileiro.

Mas, a partir deste ano, quando ela assumiu o Planalto, as coisas começaram a andar e a lei se tornou realidade.

Embora o Brasil tenha em curso vários projetos de colaboração com o governo dos EUA, há anos não aparecia uma parceria numa área mais política que provocasse tanto envolvimento das partes.

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