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Brasileira morre em atentado no Líbano

Malak Zahwe, 17, é uma das vítimas de carro-bomba na capital, Beirute; ela fazia compras com a madrasta, libanesa

Garota nasceu em Foz do Iguaçu, no Paraná, e vivia há três anos no país; região afetada é de influência do Hizbullah

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

A brasileira Malak Zahwe, 17, é uma das vítimas do atentado a bomba que deixou ao menos cinco mortos ontem em Beirute.

A explosão feriu também mais de 60 pessoas em uma região sob a influência do grupo xiita radical Hizbullah.

Nascida em Foz do Iguaçu (PR), região de forte comunidade libanesa, Malak morava há três anos na cidade.

Ela estudava em Beirute e deve ser enterrada em Majdal Silim, vilarejo a três horas da capital libanesa.

A reportagem da Folha confirmou a informação com Nadir Zahwe, sua prima, pelo telefone.

"Malak estava comprando roupas novas com a madrasta dela, que também morreu. A explosão atingiu a loja onde elas estavam", afirmou Nadir, que foi informada por familiares.

Além da madrasta, a brasileira morava em Beirute com o pai brasileiro e com três irmãos --que não estavam presentes no momento do atentado.

A reportagem entrou em contato com a embaixada brasileira em Beirute para confirmar a morte, mas não obteve resposta.

Em nota oficial, sem mencionar Malak, o governo do Brasil reiterou o "irrestrito apoio aos esforços pela manutenção da estabilidade política do país".

O atentado foi realizado na região de Haret Hreik, próximo à construção que abriga o canal de televisão Al-Manar, ligado ao Hizbullah.

De acordo com as autoridades, os explosivos, estimados em 30 kg, estavam dentro de um veículo.

Um correspondente da rede de TV Al Arabiya afirmou que uma série de carros-bomba foram desarmados nessa mesma região sem haver anúncio público, de maneira a evitar causar pânico entre a população libanesa.

O fato de o ataque ter sido realizado em um bastião do Hizbullah foi interpretado por analistas como sinal de que a rede de segurança dessa facção xiita foi rompida.

"QUERRAS EXTERNAS"

Segundo Saad al-Hariri, ex-premiê e importante figura política no país, as vítimas dos atentados recentes são dano colateral "do envolvimento em guerras externas", em referência à participação do Hizbullah no conflito da Síria, ao lado do regime do ditador Bashar al-Assad.

Ao enviar guerreiros à vizinha Síria, o Hizbullah opôs-se diretamente às facções sunitas que lutam pela deposição do ditador Assad.

Na semana passada, outro carro-bomba deixou sete mortos e mais de 50 feridos na capital libanesa. Entre as vítimas estava Mohammad Chatah, ex-ministro e um desafeto público do Hizbullah.

"Essa é uma grande batalha contra o terrorismo", afirmou ontem Ali Hassan Khalil, ministro da Saúde do Líbano. "Todos são alvos, não importa de onde vêm."


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