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Euro atinge menor cotação em 11 meses

Investidores fogem da moeda por desconfiança do pacto fiscal e da resistência alemã ao aumento do fundo de resgate

Levantamento mostra que em boa parte dos 27 países do bloco os cidadãos ficaram mais pobres de 2008 a 2010

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A desconfiança sobre o plano europeu e a informação de que a Alemanha é contra o aumento do poder de fogo do fundo de € 500 bilhões que entra em vigor em 2012 fizeram com que os investidores fugissem do euro.

A moeda do bloco de 17 países foi negociada ontem a US$ 1,3083, queda de 0,9% e o menor valor desde janeiro.

A queda vem ocorrendo desde que os líderes europeus chegaram a um pacto fiscal na sexta-feira (quando a moeda era cotada a US$ 1,3424) e acentuada ontem depois que a Reuters informou que a chanceler alemã, Angela Merkel, é contra a ampliação do fundo de resgate do bloco.

As autoridades europeias decidiram antecipar em um ano o fundo, que agora vai entrar em vigor em 2012, mas disseram que analisariam em março o aumento do montante, hoje de € 500 bilhões.

A rejeição alemã, no entanto, torna improvável a sua expansão, e muitos analistas consideram que o valor atual é insuficiente para acalmar investidores temerosos de calote da Itália ou da Espanha.

Para a Comissão Europeia, em relatório divulgado ontem, a economia do bloco está estagnada no momento e só vai voltar a se expandir na segunda metade de 2012.

Mas esse crescimento, afirma o órgão, vai ter pouco efeito para a queda do desemprego, que em outubro atingiu a taxa recorde de 10,3%.

Ela alerta ainda para a perda de força da economia global e que isso terá impacto sobre o setor exportador.

PERDA DE PODER

Estudo da União Europeia mostra que em boa parte dos países do bloco os cidadãos ficaram mais pobres nos últimos anos, usando como referência o PIB per capita.

Os números chegam até 2010 e, portanto, ainda não refletem a pior fase da crise atual, quando os problemas financeiros se agravaram mesmo nas economias centrais do continente.

Até o início da década passada, países como Grécia, Portugal e Espanha mostravam um franca melhora.

A Grécia, por exemplo, viu seu PIB per capita, que era equivalente a 84% da média do bloco europeu em 2000, convergir para 94% em 2004.

Mas o país, o primeiro a "entrar de cabeça" na crise, viu esse indicador recuar para 90% no ano passado.

O desempenho se repete na Irlanda. No início dos anos 2000, o país podia "se orgulhar" de um PIB per capita pelo menos 40% acima da média do bloco. Entre 2008 e 2010, estava 28% acima.

Esses registros não são casos isolados: de 2008 a 2010, o PIB per capita de 9 dos 17 países da zona do euro caiu.

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