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Chanceler do Irã se encontra com Assad e reforça apoio ao regime
Estratégia de Teerã é pressionar por sua inclusão na conferência para discutir a guerra síria
Segundo o iraniano Mohammad Zarif, reunião na Suíça tem de trazer resultados 'do interesse do povo sírio'
O chanceler do Irã, Mohammad Javad Zarif, foi recebido ontem pelo ditador da Síria, Bashar al-Assad, num encontro para reiterar o apoio iraniano ao regime de Damasco às vésperas de uma conferência internacional para tentar pôr fim à guerra civil síria.
A visita de Zarif é tida como manobra iraniana para marcar posição na questão síria, num momento em que Teerã pressiona por sua inclusão no encontro que reunirá na próxima quarta-feira, em Montreux, Suíça, representantes e aliados de Assad e dos rebeldes.
"O objetivo da visita é assegurar que a conferência trará resultados do interesse do povo sírio", disse Zarif.
O ministro iraniano afirmou que seu país trabalha para "restaurar a calma e a segurança na Síria" e cobrou que se "combata o extremismo e o terrorismo que ameaçam a todos".
A declaração de Zarif denota a estratégia do Irã de se colocar como solução diante dos temores ocidentais de que a Síria, assolada há quase três anos por uma guerra civil, esteja se transformando num campo fértil para grupos islâmicos sunitas ligados à Al Qaeda.
Aliados estratégicos num eixo que defende interesses xiitas contra a predominância sunita regional, Irã e Síria cultivam a narrativa de que o Ocidente precisa apoiá-los para impedir que a ameaça da Al Qaeda se volte para Europa e EUA.
Potências ocidentais estão divididas entre esforços para minar o regime de Assad --e isolar o Irã, por tabela-- e a necessidade de impedir a consolidação do avanço jihadista na Síria e no Iraque.
O vice-chanceler sírio, Faisal Miqdad, disse ontem à BBC que serviços de inteligência ocidentais enviaram agentes a Damasco para, segundo ele, coordenar esforços contra a Al Qaeda.
Mas, no plano político, países ocidentais e monarquias árabes sunitas continuam opostas ao regime de Assad e pressionam a ONU a barrar a participação do Irã na conferência da próxima semana.
PLANO DE PAZ
O encontro tentará ressuscitar proposta de paz de 2012 que visava pavimentar o caminho rumo a um governo de transição na Síria.
Mas o plano fracassou por divergências entre EUA e Rússia acerca do destino de Assad numa eventual solução negociada.
A ausência do Irã, por veto de Washington, também foi vista como obstáculo, já que Teerã exerce grande influência política e militar sobre Damasco.
A ONU ainda não tomou decisão definitiva sobre um convite à república islâmica.
Outra dificuldade envolvendo conversas de paz na Síria resulta da crescente fragmentação dos rebeldes sírios entre grupos com agendas às vezes antagônicas.