Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Protesto proibido reúne 200 mil na Ucrânia

Em Kiev, dezenas de manifestantes contra o governo e 20 policiais se feriram em confronto, e ônibus foi incendiado

É o 1º grande ato após Parlamento aprovar, na última semana, lei que veta protesto de civis no centro da capital

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dias depois de o Parlamento ucraniano ter aprovado lei que proíbe manifestações políticas em Kiev, 200 mil pessoas se reuniram ontem na capital do país para demonstrar seu descontentamento com o governo, que desistiu de integrar a União Europeia para se aproximar da Rússia.

A praça da Independência foi o palco da manifestação, que após três horas de curso pacífico acabou em conflito.

Centenas de piqueteiros romperam um cordão policial que isolava o Parlamento e avançaram. Manifestantes com capacetes e máscaras de gás conseguiram tomar viaturas policiais, após jogarem pedras nos funcionários que as usavam. Um ônibus público foi incendiado.

A polícia usou bombas sonoras e de gás lacrimogêneo, cassetetes e canhões de água para subjugar os opositores --fazia então 7ºC na praça.

Mais de 20 policiais foram feridos, segundo o Ministério do Interior, e dezenas de manifestantes foram levados a hospitais, reporta a agência France Presse. Não se sabe o número de prisões.

VAIAS A POLÍTICOS

Centenas de manifestantes usavam panelas ou caixas de papelão na cabeça. Outros tantos cobriam os rostos com pedaços de pano ou máscara, o que está vetado por lei aprovada nesta segunda pelo Parlamento. Manifestações no centro de Kiev estão banidas até dia 8 de março.

As penas previstas para quem desobedecer à nova regra são prisão de até 15 dias ou multa de até R$ 1.500.

O texto também tornou proibido, sem autorização prévia do poder público, instalar barricadas, conduzir carreatas, levantar tendas e usar megafones.

As novas leis ainda obrigam que organizações não governamentais com qualquer financiamento internacional sejam obrigadas a se cadastrar no governo como "agentes do estrangeiro".

Entidades internacionais se opuseram à necessidade.

A onda de protestos contra o presidente Viktor Yanukovich, aliado de Putin, já dura dois meses no país e chegou a reunir meio milhão de pessoas na mesma praça.

A ex-premiê Yulia Timoshenko, que cumpre sete anos de prisão por abuso de poder, acusa Yanukovich de instaurar "uma nova ditadura". "O Parlamento perdeu sua legitimidade. Isso significa que devemos criar um conselho do povo entre os políticos opositores", afirmou Arseni Yatseniuk, integrante do partido da ex-premiê.

Alguns políticos foram vaiados pela população, que os acusou de não terem liderança nem plano de ação.

A fúria dos manifestantes mascarados sobrou até para o opositor Vitali Klitschko, que foi ao local para acalmar ânimos e foi atacado com o conteúdo de um extintor de incêndio. "O que vocês estão fazendo é perigoso", disse.

O mesmo Klitschko se reuniu com o presidente Viktor Yanukovich, no fim do dia, e saiu com a promessa de integrar uma comissão multipartidária a ser criada para pôr fim à crise política no país.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página