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Dirigente da Al Qaeda pede que facções se unam contra Assad
Na Suíça, oposição síria pede ditador fora do governo transitório
Enquanto o segundo dia de negociações sobre o processo de paz na Síria --das quais participam 40 países e várias organizações internacionais-- continuava sem avanços concretos em Montreux (Suíça), o líder da rede terrorista Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, pediu aos radicais islâmicos sírios que parem de se enfrentar e se unam para combater o regime do ditador Bashar al-Assad.
A declaração foi feita após um mês de confrontos entre dois grupos rivais que pertencem ao grupo terrorista.
Em uma mensagem de áudio, o dirigente convocou seus seguidores e os militantes moderados a "pararem imediatamente com os combates entre irmãos".
Ele pediu que seja convocada uma corte islâmica para mediar e resolver as diferenças entre os grupos.
Desde o fim de dezembro, integrantes da Frente al-Nusra, braço da Al Qaeda na Síria, e da Frente Islâmica, outro grupo radical, se uniram ao moderado Exército Livre Sírio em combates contra o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, facção iraquiana da rede terrorista que entrou no país no ano passado.
Os combatentes disputam território em três províncias do norte, antes dominadas pelos moderados e pela Frente al-Nusra. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo ativista da oposição, cerca de 1.400 pessoas morreram nesses confrontos.
A disputa dentro dos grupos rebeldes permitiu o avanço das tropas do ditador Assad, que passaram a tomar conta de algumas cidades da região, incluindo alguns bairros de Aleppo, a segunda maior cidade síria.
Anteontem, o regime anunciou a retomada do controle do aeroporto e a chegada do primeiro voo comercial em vários meses.
NA SUÍÇA
Em Montreux, o líder da oposição síria, Ahmed Jarba, pediu que o governo de transição não inclua o presidente Assad. Em entrevista coletiva, ele disse que a comunidade internacional já percebeu que Assad não pode mais ficar no poder.
Ontem, em Genebra, o mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, se reuniu com as delegações do governo e da oposição para tentar convencê-los a negociar hoje diretamente uma solução para encerrar a guerra civil.
No entanto, Monzir Akbik, dirigente da Coalizão Nacional Síria, único grupo opositor que participa das conversações de paz, disse que o grupo e Assad não se sentarão à mesma mesa de negociações.
Segundo Akbik, o representante da ONU não alcançou o seu objetivo, e as negociações entre o governo e a oposição, que começarão hoje e devem durar cerca de uma semana, serão feitas por meio de um mediador.