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Odebrecht quer instalar fábrica em Cuba

Unidade para a transformação de plástico deverá ser construída na zona econômica especial do porto de Mariel

Brasil crê que Cuba irá flexibilizar exigência de ter 51% do capital de empresas que queiram se instalar no local

PATRÍCIA CAMPOS MELLO ENVIADA ESPECIAL A HAVANA (CUBA)

Uma fábrica de transformação de plástico da Odebrecht deve ser a primeira empresa instalada na zona econômica especial do porto de Mariel, em Cuba, aposta do governo para "atualizar" o modelo socialista da ilha.

A primeira fase do porto será inaugurada amanhã pela presidente Dilma Rousseff, que estará no país para a cúpula da Celac, organização de todos os países das Américas menos EUA e Canadá.

O porto de Mariel (45 km de Havana) está sendo construído pela Odebrecht com um investimento de US$ 957 milhões, sendo US$ 682 milhões financiados pelo BNDES.

A Odebrecht confirmou à Folha que realiza "estudos de viabilidade técnica e econômica para criar uma empresa na área de transformação de plásticos" em Mariel.

A zona econômica é a grande aposta do governo da ilha para atrair investimentos. Entre as condições está a isenção de impostos por dez anos.

Como forma de demonstrar apoio às aberturas econômicas promovidas pelo governo de Raúl Castro, o governo brasileiro pensou em reunir um grupo de empresários para acompanhar a inauguração e, possivelmente, anunciar algum contrato firme de investimento na zona especial.

Mas ainda há certa resistência por parte dos empresários para se instalarem ali.

Um dos obstáculos é a estrutura de capital --o governo cubano exige ter o controle, deter 51% do capital. Isso dificulta a obtenção de financiamento brasileiro.

A Fanavid, empresa de vidros que anunciou há alguns anos interesse em se instalar em Mariel, pôs seus planos em banho-maria por isso.

Outro entrave é o esquema de contratação de mão de obra, que se dá através de uma estatal que repassa apenas parte do pagamento para os funcionários cubanos.

Dentro do governo brasileiro, há a aposta de que Havana irá flexibilizar de forma significativa a exigência de que o governo cubano tenha pelo menos 51% do capital das empresas, mudança que já está previsa no decreto da zona especial de Mariel.

O ministro de Investimentos Estrangeiros, Rodrigo Malmierca, fez um "road show" no Brasil em novembro e foi à China, à Rússia e ao Vietnã na tentativa de atrair empresas para Mariel.

"O baixo custo da mão de obra, a oferta de trabalho qualificado e a logística do porto fazem com que o custo de produção seja muito competitivo", informou à Folha Mauro Hueb, presidente da Odebrecht Infraestructura em Cuba.

O Brasil quer se posicionar de forma vantajosa para o processo de abertura econômica da ilha.

Já a Odebrecht, além do porto, tem dois outros grandes projetos na ilha, ambos aguardando aprovação do BNDES: ampliação do aeroporto de Havana (US$ 200 milhões) e parceria para produzir etanol (US$ 120 milhões).


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