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Governo restringe mendigos em pontos turísticos de Paris

Michel Euler - 10.nov.2011/Associated Press
Sem-teto pede esmolas no distrito financeiro de La Défense, na capital francesa, Paris
Sem-teto pede esmolas no distrito financeiro de La Défense, na capital francesa, Paris

ANGELIQUE CHRISAFIS
DO “GUARDIAN”, EM PARIS

As cintilantes vitrines das lojas de luxo de Paris frequentemente contrastam com a imagem de uma pessoa trêmula mendigando moedas nas imediações, encolhida por trás de uma cartolina onde se lê "fome".

Com a economia em crise, os pobres e os moradores de rua de Paris estão mais presentes que nunca nas entradas de edifícios e do metrô.

Ativistas vêm exigindo ação quanto à crise da habitação no país.

Mas o presidente Nicolas Sarkozy, que tenta a reeleição no ano que vem, lançou uma guerra contra os mendigos.

O governo promulgou uma série de decretos que proíbem que mendigos circulem nas mais populares áreas comerciais e turísticas de Paris.

Ele diz que deter e multar os mendigos é crucial para impedir que visitantes estrangeiros sejam importunados por pedintes "delinquentes".

A avenida Champs Elysée foi a primeira área na lista de restrições aos pedintes, no período entre setembro e janeiro, agora estendido até a metade do ano.

E duas novas zonas onde a atuação de pedintes está proibida foram criadas recentemente: em torno das famosas lojas de departamentos Printemps e Galérie Lafayette e na área do museu do Louvre e dos Jardins das Tuileries.

O governo definiu os decretos de repressão aos mendigos como parte de uma "luta impiedosa" contra a "criminalidade romena".

As normas de repressão aos pedintes enquadram práticas como recolher dinheiro para falsas causas, algo que o governo alega costuma ser feito por meninas e adolescentes romenas.

Para ajudar a polícia na captura de mendigos na Champs Elyseés, 33 policiais romenos foram contratados.

Mas o prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, o mais popular político da França, definiu as medidas como "um golpe barato de relações públicas", criado para "estigmatizar parte da população".

Ele disse que "combater a pobreza com repressão e multas é chocante em um momento em que o Estado não está cumprindo a obrigação de abrigar pessoas jovens e vulneráveis ou oferecer acomodações de emergência".

Restando quatro meses para a eleição presidencial, o partido de Sarkozy vem priorizando a segurança e o combate ao crime visando reconquistar os eleitores perdidos para a Frente Nacional, partido de extrema-direita dirigido por Marine Le Pen.

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