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China e Taiwan têm 1º diálogo em 65 anos

Em encontro histórico, rivais desde a ascensão do comunismo quebram gelo por melhoria na relação bilateral

Para analistas, retomar conversas faz parte da 'estratégia de paciência' de Pequim para levar a ilha à reunificação

MARCELO NINIO DE PEQUIM

China e Taiwan tiveram ontem o primeiro diálogo oficial desde o fim da guerra civil, em 1949, num encontro histórico que deve consolidar o processo de distensão entre antigos rivais.

A China considera Taiwan uma "província rebelde" e mantém 1.200 mísseis apontados para a ilha. Nos últimos anos, porém, o governo de Pequim tem adotado um tom mais conciliatório.

As duas Chinas vinham mantendo contato informalmente, por meio de associações não oficiais, mas o encontro de ontem foi o primeiro entre os governos.

O local escolhido foi a cidade de Nanquim, que tem significado histórico no conflito por ter servido de capital para o governo nacionalista do Kuomintang, o partido que comandava a China antes da ascensão comunista.

Derrotados pelas tropas lideradas por Mao Tse-tung em 1949, 2 milhões de nacionalistas acabaram se refugiando na ilha de Taiwan.

Desde então, ambos os lados reivindicam a autoridade sobre a China.

A tensão atingiu seu ápice durante 1995 e 1996, quando o regime comunista chegou a disparar mísseis na direção de Taiwan.

"Antes do encontro de hoje [ontem], era difícil imaginar que as relações pudessem chegar a esse ponto", afirmou Wang Yu-chi, chefe do conselho de assuntos continentais, que encabeçou a missão de Taiwan.

Para não ferir sensibilidades, o local do encontro não tinha bandeiras de nenhuma das partes nem placas com títulos oficiais sobre a mesa de discussões.

As conversas entre Wang Yu-chi, chefe do escritório de Taiwan que lida com a China continental, e seu equivalente do lado comunista, Zhang Zhijun, deverão se estender até sexta-feira, e suas ambições são declaradamente modestas.

A importância está no encontro em si, na quebra de um gelo de seis décadas.

Entre os temas que devem ser discutidos nos próximos dias estão o incremento das relações econômicas e a abertura de escritórios de negócios --não há relações diplomáticas entre as partes.

A China considera Taiwan um pedaço de seu território e já ameaçou usar a força caso o governo autônomo da ilha decida formalizar sua independência.

ESTRATÉGIA

Para analistas, o estreitamento dos laços econômicos faz parte da "estratégia de paciência" de Pequim para conduzir à reunificação.

"É o primeiro passo. O governo [da China continental] quer que os contatos levem a negociações políticas, mas sabe que isso não ocorrerá a curto prazo", disse à Folha Shi Yinhong, professor de relações internacionais da universidade Renmin.

As relações melhoraram bastante desde 2008, com a eleição em Taiwan do presidente Ma Ying-jeou, favorável a uma aproximação com o regime comunista.


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