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Nos 35 anos da revolução, Irã vive racha

Presidente reformista tenta aceno ao Ocidente, mas ultraconservadores enxergam 'capitulação' diante de pressão

Hasan Rowhani não ataca EUA e Israel, mas adverte Ocidente para que erros do passado não voltem a ocorrer

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

A celebração do 35º aniversário da Revolução Islâmica expôs ontem o racha entre o presidente do Irã, Hasan Rowhani, e seus rivais ultraconservadores acerca das negociações nucleares e da reaproximação com os EUA.

Enquanto Rowhani tentou conciliar acenos ao Ocidente com garantias de lealdade ao regime, integrantes do aparato ideológico fizeram da comemoração uma demonstração de hostilidade.

"Quero deixar claro que o caminho da nação iraniana rumo aos mais altos avanços científicos e técnicos, incluindo tecnologia nuclear pacífica, continuará para sempre", disse Rowhani a dezenas de milhares de pessoas na praça Azadi, em Teerã.

O presidente se absteve de atacar EUA e Israel, mas advertiu o Ocidente a não "repetir erros do passado".

"O Irã está determinado a ter conversas [nucleares] francas e construtivas com base na legislação internacional. Esperamos ver a mesma boa-fé por parte do outro lado nas negociações que começam daqui a alguns dias."

Ele se referia ao encontro da próxima semana, em Viena, no qual o Irã e as grandes potências (EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha) discutirão as etapas seguintes de um acordo recém-implementado.

Pelo pacto, o Irã já freou seu programa de enriquecimento de urânio e se comprometeu a torná-lo mais transparente. Em troca, ocidentais levantaram parcialmente sanções que sufocam a economia iraniana.

Mas uma frente de deputados, militares e membros não eleitos do regime rejeita concessões e acusa o governo, eleito em junho, de capitular diante da pressão ocidental.

Os adversários do presidente têm forte influência sobre o aparato de propaganda que promove eventos oficiais.

ANTI-EUA

Ontem, unidades do regime distribuíam na praça Azadi cartazes e faixas com mensagens anti-EUA.

Minutos antes de Rowhani discursar, um homem no palanque proferiu longo discurso pontuado por gritos de "Morte aos EUA", que simpatizantes do presidente cogitam aposentar em meio a um ensaio de diálogo entre Teerã e Washington.

Detentor da palavra final no Irã, o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, envia sinais ambivalentes. No sábado, reiterou que os EUA não merecem confiança, mas pediu aos conservadores que "deem chance a Rowhani".

Como a cada ano, o aniversário da revolução que derrubou a monarquia iraniana é marcado por anúncios que visam glorificar o regime.

Militares disseram ter enviado navios para perto de águas territoriais dos EUA e afirmaram que testes com mísseis foram bem-sucedidos.


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