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Irã e seis potências recomeçam discussões do programa nuclear
Países debatem passos seguintes ao acordo que vence em julho
Representantes do Irã e de seis potências mundiais retomaram ontem as negociações para definir as novas etapas de um acordo provisório sobre o programa nuclear iraniano. Implementado em janeiro, o plano se encerrará em julho.
As negociações entre o Irã e o chamado grupo P5+1 (EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha) se estenderão até amanhã ou sexta-feira.
Protagonistas da negociação em Viena (Áustria), Estados Unidos e Irã se reuniram a portas fechadas por mais de uma hora ontem.
Os dois países disseram que o primeiro dia foi proveitoso, apesar de expor dificuldades de um acordo.
As partes buscam conciliar a manutenção parcial do programa nuclear iraniano com garantias de que uma bomba nuclear não poderá ser fabricada, objetivo sempre negado pelo Irã.
Como parte da etapa inicial do acordo, Teerã já desligou parte de suas centrífugas de enriquecimento de urânio. Mas as potências querem que elas sejam desmontadas para limitar eventual guinada rumo à bomba atômica.
O pedido foi descartado pelo negociador e vice-chanceler Abbas Araghchi. "Desmantelar o programa nuclear não está na agenda", disse.
O Irã também planeja instalar centrífugas mais modernas, gerando conflito sobre a interpretação do acordo preliminar.
O pacto proíbe expansão da capacidade das centrais nucleares, mas Teerã alega que as novas centrífugas apenas substituirão equipamento ultrapassado.
Outro obstáculo envolve um reator de água pesada, que está em construção. Quando finalizado, dará ao país capacidade técnica de produzir plutônio, material usado para um tipo alternativo de bomba atômica.
Teerã nega intenções bélicas e diz que o equipamento será usado para pesquisa médica. O Irã admite fazer ajustes, mas descarta interromper a obra, como querem diplomatas ocidentais.
Há, ainda, divergências sobre o programa de mísseis de longo alcance, que o Irã se recusa a incluir nas negociações com o P5+1.
