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Em meio a tensão, China eleva gastos militares em 12,2%
Regime cita 'riscos' na região para justificar medida; orçamento só perde para o dos EUA
A China anunciou ontem um aumento de 12,2% em seu orçamento militar para 2014, reforçando o tom assertivo da política externa do presidente Xi Jinping --e o receio dos países vizinhos.
Com o aumento, os gastos chineses em defesa somarão 808,2 bilhões de yuans (R$ 308,6 bilhões). Segunda economia do mundo, a China tem também o segundo maior orçamento militar, só atrás dos Estados Unidos.
Militares ouvidos pela mídia estatal justificaram o aumento citando o ambiente regional de "altos riscos". E ressaltaram que o orçamento ainda está muito abaixo dos gastos em defesa dos EUA (estimados em US$ 600 bilhões).
Além do tamanho, a diferença é que o orçamento de defesa norte-americano vem encolhendo, enquanto o da China há duas décadas cresce em ritmo acelerado.
O novo aumento significa mais US$ 18 billhões (R$ 42,1 bilhões) para a defesa em relação a 2013, quando o orçamento crescera 10,7%. É o maior salto desde 2012, quando os gastos cresceram 12,7%.
TENSÃO
O fortalecimento militar da China é motivo de apreensão regional principalmente porque prossegue em meio à tensão com alguns de seus vizinhos, sobretudo o Japão, em torno de disputas marítimas.
Como manda o protocolo, o orçamento militar foi anunciado à sombra do Congresso Nacional do Povo (CNP), o gigantesco Parlamento que serve para confirmar as decisões da liderança.
Em discurso, o premiê Li Keqiang fez menção indireta às disputas com os vizinhos, afirmando que a China quer ser uma "potência marítima" para defender seus "direitos e interesses". Disse ainda que "os preparativos de guerra se tornarão regulares".