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Após despejos, "Ocupe" tenta criar novas táticas de ação

Movimento contra excessos do capital foi removido em 27 cidades

Manifestantes querem ampliar os debates pelas redes sociais em 2012, quando haverá eleição presidencial

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

O movimento "Ocupe Wall Street" completou três meses anteontem e, com menos ocupações que são mote do movimento, procura meios de sobreviver e influenciar o debate político e econômico nos EUA, que terá eleição presidencial em 2012.

Segundo levantamento da Folha com departamentos de polícia, prefeituras e representantes do movimento, em ao menos 27 cidades americanas os acampamentos foram removidos pela polícia. O movimento, contrário aos excessos do capitalismo, resiste em ao menos 26 cidades.

Os números não representam necessariamente o total de cidades americanas em que o "Ocupe" está presente e variam consideravelmente, pois o movimento não tem líderes: qualquer um pode organizar protestos.

Todos os dias há assembleias e ações em diversas cidades para retomar lugares perdidos ou conquistar outros. Em Tucson, Arizona, por exemplo, havia três parques ocupados; hoje em só um existe acampamento.

Segundo polícias municipais, os acampamentos estão ficando menores.

Embora ocupem cidades como Washington e Chicago, os manifestantes perderam o direito de acampar em áreas que eram bandeiras do movimento, como Nova York.

NOVAS ESTRATÉGIAS

Após as desocupações, os ativistas relatam diferentes estratégias. "Ocupações no país inteiro estão encontrando maneiras de persistir, resistir e se reconstruir", diz um comunicado no site do "Ocupe Wall Street".

Eles afirmam que em locais como Atlanta e Oakland (Califórnia) os manifestantes despejados permanecem nos parques que eram ocupados durante o dia e se afastam à noite, embora permaneçam sempre na vizinhança.

O "Ocupe Seattle" destaca que começou nova fase. "Agora podemos nos concentrar no movimento, em vez de nos preocuparmos com o acampamento e a sobrevivência", disse a ativista Marissa Adams em texto publicado pelo site do grupo.

O ativista Cornel West, da Universidade Princeton, afirma que, apesar dos despejos, os manifestantes têm força. "É muito difícil dizer como o movimento vai responder às novas circunstâncias, mas não se pode despejar uma ideia. Tenho certeza de que vão permanecer fortes."

Para Nick Schulz, do conservador American Enterprise Institute e colunista da Fox, o futuro do "Ocupe" vai depender da construção de uma agenda política.

"Os americanos respondem melhor a mensagens políticas positivas." Para ele, mesmo dispersos, os manifestantes ainda "fazem barulho" e podem influenciar as eleições de 2012.

"Acho que o movimento teve tempo suficiente para construir uma rede. Mesmo sem uma ocupação, eles podem estar conectados via Facebook e Twitter."

Na semana passada, ativistas se organizaram para fechar portos na costa oeste, em cidades como Oakland, onde houve confronto com a polícia. Na semana passada, em Iowa, interromperam discurso do pré-candidato republicano Newt Gingrich.

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