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Brasileiro relata avalanche no monte Everest
Rosier Alexandre estava em acampamento quando estrondo o acordou; ele diz que pretende continuar a escalada
Nepal confirmou ontem 13ª morte; vítimas eram todas sherpas, guias locais que dão auxílio a alpinistas estrangeiros
O alpinista brasileiro Rosier Alexandre, 45, acordou com um estrondo no início da manhã de anteontem no acampamento-base do monte Everest, a 5.360 m de altitude.
Uma hora depois, contaram-lhe que havia ocorrido uma avalanche, matando três guias locais de sua equipe.
O acidente, o mais fatal já ocorrido na montanha, deixou ao menos 13 mortos, todos sherpas, montanhistas locais que guiam os alpinistas estrangeiros --ontem, o Nepal confirmou a 13ª morte.
"Do acampamento-base ficamos vendo os trabalhos de resgate. Os corpos encontrados eram trazidos de helicóptero. Não pudemos fazer nada, foi traumático", disse Alexandre à Folha, por e-mail.
A avalanche foi na região da geleira de Khumbu, um dos locais mais perigosos de uma das rotas mais usadas por alpinistas --e a mesma que Alexandre pretende percorrer-- rumo ao topo da montanha mais alta do mundo (8.850 m).
A geleira fica pouco acima do acampamento-base, a cerca de 5.800 m de altitude, na rota para o Acampamento 2, a mesma utilizada na primeira escalada bem-sucedida ao topo, de Edmund Hillary e Tenzing Norgay, em 1953.
Segundo Alexandre, os sherpas de sua equipe que morreram na avalanche eram experientes. "Eram auxiliares responsáveis por subir na frente, montar acampamento, cozinhar etc. Trabalhava com eles desde o início da expedição --conheciam muito bem a montanha. O que ocorreu foi uma fatalidade."
CANCELAMENTOS
O alpinista brasileiro diz que ainda não ficou sabendo, no acampamento-base, de expedições canceladas devido à tragédia, mas que essa "é uma possibilidade real". "Os próximos dias serão decisivos. Estamos na mão dos sherpas que sobreviveram."
Alexandre está na primeira etapa de aclimatação à altitude desde que chegou ao local, no último dia 4, e planeja seguir adiante no dia 14.
O Everest é o último pico que ele tem de escalar para conquistar os chamados Sete Cumes, as montanhas mais altas em sete continentes (incluindo a Antártida e separando a América em Norte e Sul).
