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Vítima de estupro tenta lidar com perdas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM KIGALI

"Tenho esperança de, no futuro, me curar da Aids para poder me casar e abrir meu próprio negócio. Acredito em milagres", diz Eliane Manigiraneza, 37, uma das poucas de sua família que sobreviveram ao genocídio de 1994.

Manigiraneza foi contaminada pelo vírus ao sofrer um estupro coletivo durante os cem dias de matança generalizada na capital de Ruanda, Kigali, e no interior do país.

O filho de Manigiraneza, concebido durante o genocídio, nasceu em 1995 --tem 19 anos hoje. Ela nunca se casou e só descobriu ter o vírus oito anos após o estupro. Começou o tratamento com antirretrovirais há quatro anos.

O estupro é um tabu, especialmente para mulheres infectadas pelo HIV como consequência. Por isso, Manigiraneza sonha em curar-se da doença para arranjar um marido e um pai para seu filho.

Estima-se que de 100 mil a 250 mil mulheres tenham sido violentadas durante o genocídio, em que as mortes chegavam a 10 mil por dia.

Segundo a diretora-executiva da ONG Fundação Ruanda, Jules Shell, nunca será possível saber ao certo quantas crianças nasceram de estupros --muitas mulheres têm medo e não querem revelar. Criada em 2008, com sede nos EUA, a ONG estima que 25% ou mais das mulheres que atende vivam com Aids.

Manigiraneza, uma das 600 mães apoiadas pela organização, luta para conviver com as perdas. "Tento ser positiva. Continuarei trabalhando duro para sustentar meu filho. O país está num momento bom e também quero me beneficiar desta fase."


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