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Premiê xiita do Iraque pede prisão de vice-presidente sunita

Maliki defende que Hashemi seja entregue por curdos para julgamento em Bagdá

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em tom ameaçador, o primeiro-ministro iraquiano, o xiita Nouri al Maliki, pediu ontem às autoridades curdas, que abrigam o vice-presidente do país, o sunita Tareq Hashemi, que o entreguem para julgamento.

"Se eles [os líderes curdos] não nos entregarem Hashemi ou deixarem-no fugir ou escapar, terão problemas", afirmou o premiê.

Um porta-voz das autoridades curdas, que vivem numa região autônoma no norte do Iraque, descartou entregar Hashemi ao governo central de Bagdá.

Hashemi é acusado de dirigir esquadrões da morte cujos alvos seriam funcionários do governo.

O vice-presidente afirma que as acusações são fabricadas por Maliki e teriam motivações políticas.

Ele acusa o primeiro-ministro de concentração de poder e de dificultar a reconciliação entre sunitas e xiitas.

Segundo o jornal "The Washington Post", Maliki ainda ameaçou liberar informações que incriminariam outros membros do governo.

O primeiro-ministro afirmou que a Constituição dava a ele autoridade e amplos poderes para governar o Iraque como bem entendesse.

"JULGAMENTO JUSTO"

"Nós demos um julgamento justo a Saddam e nós garantiremos um julgamento justo a Hashemi", afirmou o primeiro-ministro.

Ele também ameaçou a aliança Iraqiya, da qual Hashemi faz parte, e que integra o governo de coalizão.

Maliki disse que os ministros da Iraqiya que não participarem das sessões do gabinete serão substituídos.

A Iraqiya recusou os convites de Maliki ao diálogo e disse que o primeiro-ministro representa "a razão principal da crise" e que não seria um elemento positivo na solução do impasse.

A aliança, que entrou na coalizão no último ano depois de nove meses de impasse político, reclama que as opiniões dos sunitas estavam sendo ignoradas pelo governo.

A minoria sunita, cerca de 30% da população iraquiana, governou o país durante os 24 anos do regime de Saddam Hussein.

Os xiitas passaram a ocupar o poder desde o primeiro governo eleito, em 2006, após a invasão americana de 2003, que levou à queda de Saddam.

Muitos sunitas acreditam que os xiitas querem mantê-los longe do poder.

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