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Novo estudo britânico pede fim da guerra contra drogas

London School of Economics diz que lei da maconha no Uruguai é 'positiva'

Documento estima que 40% dos 9 milhões de presos em todo o mundo estejam na cadeia por causa do narcotráfico

LEANDRO COLON DE LONDRES

Um estudo da LSE (London School of Economics), uma das mais prestigiadas universidades britânicas, aponta para o fracasso da "guerra" contra as drogas no mundo e defende uma nova estratégia de controle do seu mercado e respectivo consumo, incluindo apoio a iniciativas de legalização.

Intitulado "Acabando com a guerra das drogas" e respaldado por cinco prêmios Nobel de Economia (Kenneth Arrow, Cristopher Pissarides, Thomas Schelling, Vernon Smith e Oliver Williamson), o relatório classifica como "positiva" a decisão do Uruguai de regulamentar o cultivo e o comércio da maconha. A lei foi assinada anteontem pelo presidente José Mujica.

Os pesquisadores alertam para o risco de o mercado da erva se tornar semelhante ao do álcool. Uma alternativa sugerida é a criação de um regime sem lucros sob monopólio estatal, como será feito no Uruguai.

Segundo a LSE, o atual modelo de combate às drogas na maioria dos países serviu para aumentar o número de encarcerados, sobretudo nos Estados Unidos. Estima-se que 40% dos 9 milhões de presos no mundo estejam na cadeia em razão das drogas.

"É hora de redirecionar recursos em direção a políticas baseadas em evidências eficazes sustentadas por análise econômica rigorosa", afirma, no prefácio, o grupo de personalidades.

Os especialistas afirmam que uma saída seria investir o dinheiro usado na repressão em políticas públicas comprovadamente eficientes nos tratamentos de usuários, prevenção do consumo e em programas de saúde.

O controle às rotas internacionais não se mostra efetivo na prática, por exemplo. Um "corredor" é fechado, mas outro é aberto para transportar a droga. "A repressão num país pode afetar outros", diz o relatório.

O oeste africano passou a ser usado como ponte para a Europa desde 2003, após o aumento da repressão no aeroporto de Amsterdã a traficantes da América Central com carregamentos da Colômbia e Venezuela. Em quatro anos, caiu o número de presos na Holanda, enquanto subiu de 1,1 para 5,5 toneladas a quantidade de cocaína apreendida na África.

O Brasil é citado como rota de nigerianos que transportam a droga a partir da América do Sul --em 2012, 450 estavam presos no país.

O combate à cocaína na Colômbia pode até ter melhorado a situação interna, mas levou o plantio e a produção para países vizinhos, como Bolívia, Peru e Equador. Grande parte do tráfico colombiano migrou para o México, principal porta de entrada de drogas para os EUA.


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