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Pyongyang recebe comitivas sul-coreanas

Lee Hee-ho, viúva do ex-presidente Kim Dae-jung, escreveu no livro de condolências esperar "unificação rápida"

Visita acontece no dia em que Kim Jong-un é reconhecido como líder do Comitê Central do partido norte-coreano

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Duas comitivas sul-coreanas -autorizadas por Seul- estiveram ontem em Pyongyang para prestar homenagens a Kim Jong-il, morto há dez dias.

A visita é mais um sinal que Kim Jong-un, filho mais novo e sucessor do ditador Jong-il, vem ascendendo ao poder gradativamente e pode assumir o controle total do país depois do funeral do seu pai, que acontece amanhã.

Ontem, o rapaz de cerca de 30 anos (não se tem certeza de sua idade) recebeu o título de chefe do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, a única agremiação política do país.

As delegações sul-coreanas foram lideradas pela ex-primeira-dama Lee Hee-ho, viúva do ex-presidente e vencedor do Prêmio Nobel da Paz Kim Dae-jung (1925-2009), e Hyun Jung-eun, presidente do grupo Hyundai. Outras 16 pessoas integravam os grupos.

Lee, cujo marido se reuniu com Kim Jong-il no histórico encontro entre as duas Coreias em 2000, escreveu no livro de condolências que esperava uma "unificação rápida" dos dois Estados, segundo a agência oficial KCNA.

Hyun é viúva de Chung Mong-Hun (1948-2003), fundador da Hyundai, que teria se suicidado após receber a a acusação de ter escondido do governo sul-coreano transferências milionárias para Pyongyang a fim de financiar o encontro entre os dois países em 2000.

Desde o anúncio da morte de Kim Jong-il, Seul -que não enviará delegação oficial- tem buscado manter a tranquilidade na região por temer que os norte-coreanos iniciem uma ação armada.

"Todas as organizações do partido no país estão defendendo a ideologia e a direção do grande camarada Kim Jong-un com um pensamento único", dizia o artigo publicado no "Rodong Sinmun", o jornal do partido.

"Nós damos nossas vidas para proteger o Comitê Central dirigido pelo querido camarada Kim Jong-un", acrescentou a publicação.

O Comitê Central é o principal órgão da direção do partido único e seu dirigente adota o título de secretário-geral, principal cargo civil no país. No sábado, Jong-un foi reconhecido como "comandante supremo" das Forças Armadas norte-coreanas.

"MILITARES PRIMEIRO"

Até o momento, os sinais enviados pelo regime parecem indicar que Pyongyang tem intenção de manter sua política do songun ("militares primeiro").

Para analistas, é crucial que o novo líder reafirme sua posição frente à direção militar para exercer o poder na Coreia do Norte, país que detém a bomba atômica e cujo Exército, com 1,2 milhão de homens, tem status privilegiado frente aos corpos civis.

A comunidade internacional seguirá de perto todos os detalhes do funeral de Kim Jong-il, que acontece amanhã. O objetivo é tentar decifrar quais pessoas do entorno de Jong-un podem ter algum tipo de influência sobre o novo líder.

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