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Síria 'limpa' Homs diante de observadores

Regime retira tanques da cidade antes da passagem da missão da Liga Árabe; protesto contra Assad reúne milhares

Vídeos divulgados na internet mostram manifestantes cobrando dos representantes árabes proteção a civis

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os tanques que circulam há meses pelas ruas de Homs foram retirados ontem pelo regime sírio horas antes de a missão da Liga Árabe começar a percorrer a cidade.

O grupo de 50 monitores foi ao país verificar o cumprimento do acordo entre Damasco e o bloco árabe, que prevê a retirada dos tanques, libertação de presos políticos e abertura do diálogo com a oposição.

A chegada dos observadores e o consequente recuo das forças de segurança foram um incentivo para milhares de manifestantes, que tomaram bairros como Baba Amr, palco de constantes confrontos visitado ontem pelos integrantes da missão.

Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, com sede em Londres, os protestos reuniram mais de 70 mil pessoas. Em Damasco, manifestantes pró-Assad também saíram às ruas.

Vídeos postados na internet supostamente mostram os observadores em Homs cercados por manifestantes, que gritavam cobrando "proteção internacional".

Muitos tentavam orientar a missão a incluir no seu roteiro locais onde estariam corpos de vítimas da repressão. "Venham e vejam. Eles estão nos massacrando", disse um dos opositores. Não foi possível confirmar a autenticidade das gravações.

Os observadores árabes reuniram-se com o governador da província de Homs, Ghasan Abdel Al, e com alguns membros da oposição. Integrantes da missão, que chegou ao país anteontem, devem ainda visitar as cidades de Hama, Daraa e Idleb.

O chefe do grupo dos países árabes enviado a Homs, o general sudanês Mustafa Dabi, classificou o primeiro dia de trabalho como "muito bom". "Todos os lados colaboraram", disse.

CONFRONTOS

Ativistas, no entanto, relataram novos confrontos ontem com as forças de segurança, que tentaram conter os protestos no centro da cidade. Segundo eles, 34 pessoas morreram anteontem em Homs.

A ONU calcula que 5.000 morreram desde o início da repressão, em março.

Homs, a terceira maior cidade síria, com mais de 800 mil habitantes, vem sendo chamada por ativistas de "capital da revolução". De maioria sunita, ela é terra natal da família de Asma Assad, mulher do ditador.

Segundo a agência estatal, um gasoduto próximo à cidade foi "sabotado por terroristas" ontem.

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