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Ataque na Síria quase atinge inspetores

Missão da Liga Árabe sai ilesa de disparos ocorridos durante sua visita a Homs, a segunda maior cidade do país

Observadores afirmam não haver identificado agressores; não está claro se eles eram alvo deliberado da ação

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Integrantes da missão de observadores da Liga Árabe que percorre a Síria desde a última terça-feira quase foram atingidos por disparos na cidade de Homs, a segunda maior do país.

Burhan Goleeon, presidente do Conselho Nacional Sírio (CNS), opositor ao regime do ditador Bashar Assad, afirmou que a equipe de inspetores foi alvo deliberado de ataque.

Segundo Goleeon, os observadores saíram ilesos, graças ao apoio dos moradores do bairro de Jalediya, que lhes teriam oferecido abrigo.

O chefe de operações da missão da Liga Árabe, Adnan Isa al Jodeir, confirmou à agência Efe ter havido um ataque a tiros em local onde estava a missão, mas disse não ser possível identificar os agressores. Não está claro se os observadores se consideram alvo da ação.

Jodeir não revelou nem a data nem o local exato do episódio. A missão percorreu Homs nos dois primeiros dias de sua visita ao país.

Desde o início dos protestos pró-democracia, em março passado, a Síria põe obstáculos ao trabalho da imprensa independente em seu território, dificultando a verificação das informações.

Segundo ativistas locais, ontem ao menos 25 pessoas foram mortas pelas forças de repressão em distintos pontos do país, incluindo um local próximo a um prédio que era visitado por inspetores da Liga Árabe, em Damasco.

Depois de Homs, os observadores seguiram para as cidades de Deraa, Idleb e para a capital, Damasco. A comitiva é composta por 70 membros e percorre o país separada em grupos de dez.

Jodeir disse que novos grupos de monitores devem viajar à Síria nos próximos dias, incluindo membros do Conselho de Cooperação do Golfo e do Iraque.

Os observadores estão no país para avaliar a implementação de um acordo de paz que Assad assinou com a instituição no último dia 2 de novembro.

COMPROMISSO

Entre outros pontos, o ditador se comprometeu a encerrar a repressão aos manifestantes, iniciar diálogo com a oposição e libertar os presos políticos -que a oposição estima em mais de 100 mil.

A missão, porém, recebeu críticas da oposição e de organizações internacionais de direitos humanos. A ONG Human Rights Watch questionou a transparência do trabalho e criticou a escolha do general sudanês Mohamed Ahmed Mustafa al Dabi para chefiar o grupo.

Al Dabi foi diretor de inteligência militar do Sudão e é acusado de envolvimento no genocídio em Darfur.

O general sudanês, após ter percorrido Homs, afirmou anteontem ter visto "bagunça" nas ruas, mas "nada assustador".

Desde março, uma onda de protestos contra o regime de Assad se espalhou pela Síria. Frente ao prolongamento dos conflitos e à pressão internacional, as forças de segurança têm escalado a violência na repressão.

Segundo a ONU, mais de 5.000 pessoas já morreram na Síria desde o início das revoltas. O regime, por sua vez, afirma que a violência é arquitetada por "grupos armados" e alega que os confrontos mataram 2.000 soldados.

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