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Em meio a denúncias, família real espanhola divulga gastos

Realeza gasta 8,4 mi euros por ano; salários subiram no início da crise

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Bem mais discretos que a família real inglesa, os reis da Espanha e seus filhos voltaram ao foco da imprensa espanhola neste fim de ano.

Além das acusações de corrupção contra o genro do rei Juan Carlos, Iñaki Urdangarin, anteontem a realeza espanhola divulgou, pela primeira vez na democracia, quanto recebe do governo.

Em meio a crise econômica e cortes de gastos recordes, soube-se que os reis vivem com orçamento anual de 8,4 milhões de euros (cerca de R$ 20 milhões). O valor, livre de ser auditado pelo tribunal de contas, não inclui despesas com viagens.

A imagem da família real, respeitada pela maioria dos espanhóis, já estava manchada pelas acusações a Urdangarin, suspeito de se beneficiar de desvio de verba pública para um instituto que presidiu entre 2004 e 2006 e que recebeu R$ 14,4 milhões dos governos nacional e catalão.

Depois de o escândalo tomar jornais e TVs, a Casa Real, órgão que representa a família real, divulgou seu orçamento. A prestação de contas, que não é exigida por lei, foi vista como uma tentativa de mostrar transparência.

"Ficou óbvio que eles precisavam prestar contas. Achei uma vergonha alheia", disse Duran Lleida, líder do CiU (Convergência e União), o principal partido catalão.

Apesar de elogiada pelos maiores partidos, a abertura das contas foi menos detalhada que outras europeias. Os gastos foram enumerados em categorias genéricas, como "serviços" e "pessoal".

Mas se soube que o rei Juan Carlos recebe 293 mil (R$ 703 mil) anuais, quatro vezes mais que o premiê espanhol. O príncipe Felipe, seu filho, ganha metade. Soube-se ainda que nenhum deles paga por água, luz e gás -a maior parte do orçamento, 48%, é para pagar a empregados.

Segundo a Casa Real, o salário da realeza seguiu a política de austeridade do ex-premiê José Luis Zapatero em 2010 e foi reduzido em 400 mil desde 2009. No fim de 2008, porém, enquanto a Espanha começava a mergulhar na crise, o salário dos reis aumentava em 200 mil.

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