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Opinião

Falha em reconhecer reivindicações legítimas levou à escalada do conflito

NICHOLAS KRISTOF DO "NEW YORK TIMES"

Enquanto soldados israelenses invadem novamente Gaza e o número de mortos dispara, parte da retórica dos partidários de ambos os lados se torna estranhamente paralela. Talvez seja hora de corrigir alguns equívocos das ressalvas que voam de um lado para o outro.

Uma das mais ouvidas é: "Esta é uma batalha entre o bem e o mal, entre o certo e o errado. Não podemos nem negociar e não temos outra escolha senão agir."

Ao contrário, esta é uma guerra em que ambos os povos estão muito certos em muitos pontos. A falha em não reconhecer a humanidade e os interesses legítimos das pessoas do outro lado é que levou à demonização do inimigo.

Os israelenses estão absolutamente corretos em reivindicar o direito de não serem atingidos por foguetes do Hamas, não serem sequestrados ou alvos de terrorismo.

Da mesma forma, os palestinos estão absolutamente certos em reivindicar o direito a um Estado, o de abrirem um negócio e de importar mercadorias, de viverem em liberdade em vez de serem relegados a uma cidadania de segunda classe em sua própria terra.

Ambos os lados são compostos tanto de boas pessoas que só querem o melhor para suas crianças e suas comunidades quanto de zelotas míopes que pregam o ódio. Um ponto de partida é abandonar a narrativa de bom versus mau e e reconhecer a situação como a história de dois povos --cada uma com demandas legítimas-- colidindo uma com a outra.

O fato de que o conflito se dá entre dois lados cobertos de razão não quer dizer que não haja culpados, porém.

O Hamas é violento, não apenas em relação a Israel, mas também com seu próprio povo, e, ao contrário de Israel, não parece tentar minimizar vítimas civis --israelenses ou palestinas.

O Hamas não é tão corrupto quanto a Autoridade Palestina, mas é muito mais repressora, e minha impressão das visitas que fiz a Gaza é que também é impopular em seu próprio lar. O Hamas às vezes parece ter mais apoio em certas universidades dos EUA ou da Europa do que em Gaza.

Enquanto isso, a direita israelense enfraquece o maior parceiro que o país tem para a paz, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Não obstante, os assentamentos israelenses são uma bênção ao extremismo palestino.

Atualmente, em Gaza e em Jerusalém, os falcões estão no poder, cada um alimentando o outro.


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