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Israel reage a nota do Itamaraty e afirma que Brasil é irrelevante

Chancelaria responde a manifestação brasileira de condenação a ataques na faixa de Gaza

Ministro Figueiredo diz que o Brasil respeita o direito de Israel de se defender, mas vê desproporção de forças

DIOGO BERCITO ENVIADO ESPECIAL A GAZA

O governo israelense respondeu duramente, nesta quinta-feira (24), à condenação feita na véspera pelo Brasil à ofensiva em Gaza, que já deixou mais de 730 mortos, a maioria civis palestinos. Para um porta-voz da chancelaria, o Brasil comporta-se como um ator "irrelevante".

Já o Hamas, alvo da ofensiva e responsável por lançar mais de 2.000 foguetes contra Israel, elogiou o Brasil.

À Folha a chancelaria de Israel afirmou que "o Brasil está escolhendo ser parte do problema, em vez de integrar a solução". "Seu comportamento nesta questão ilustra a razão por que esse gigante econômico e cultural permanece politicamente irrelevante", disse o porta-voz Yigal Palmor. Ao jornal "Jerusalem Post" Palmor chamou o Brasil de "anão diplomático".

Na última quarta (23), o Itamaraty divulgou nota condenando o uso "desproporcional" da força por Israel. Em entrevista ao "Jornal Nacional", o mesmo Palmor ironizou: "Quando é 7 a 1 é desproporcional" --em referência à derrota do Brasil para a Alemanha na Copa do Mundo.

O Brasil também chamou para consultas o embaixador em Tel Aviv, Henrique Pinto, um forte gesto de repreensão. Uma reclamação foi feita ao representante israelense em Brasília, Rafael Eldad.

A nota não menciona ataques palestinos, ao contrário de manifestações anteriores do Itamaraty sobre o tema.

Israel emitiu também um comunicado à imprensa expressando o seu "desapontamento" com a decisão brasileira, "que ignora o direito de Israel de se defender".

"Tais medidas não contribuem para promover a calma e estabilidade na região. Em vez disso, elas fornecem suporte ao terrorismo e, naturalmente, afetam a capacidade do Brasil de exercer influência", diz a nota.

Em São Paulo, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo procurou minimizar o caso. Afirmou que não haverá prejuízo na relação com Israel.

"O Brasil é um dos 11 países com relações diplomáticas com todos os membros da ONU. Se há um anão diplomático, o Brasil não é um deles", declarou.

De acordo com Figueiredo, o país condena também o Hamas. "Nós somos absolutamente contrários ao fato de o Hamas soltar foguetes contra Israel. A condenação que já tínhamos feito continua. Mas nós jamais contestamos o direito de Israel de se defender, o que contestamos é a desproporcionalidade", disse.

PALESTINOS

O gesto brasileiro foi recebido com loas na faixa de Gaza. Moradores desse estreito de terra --já na terceira semana da operação militar-- se aproximavam da reportagem da Folha para agradecer o a atitude do governo.

O Hamas, que controla Gaza, aplaudiu a decisão. "O passo do Brasil é muito importante e está sempre ao lado da justiça", disse o porta-voz Ihab al-Ghussein. "Pedimos que todos os países façam o mesmo."

A facção Fatah, que controla a Cisjordânia, louvou também a atitude do Itamaraty, mas fez ressalvas. "O que foi feito pelo Brasil é um de diversos passos que todo Estado deveria tomar", disse o porta-voz Xavier Abu Eid.


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