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Líbia registra maior onda de violência desde Gaddafi

Disputas entre milícias rivais matam 179 e destroem aeroporto de Trípoli

Brasil e mais 30 países retiram diplomatas do país; conflito acontece dias antes da posse do novo governo líbio

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O confronto entre milícias rivais deu início a uma nova onda de violência nas duas principais cidades da Líbia. Nesta quinta-feira (31), novos combates atingiram a capital, Trípoli, e Benghazi.

Em 18 dias, a nova escalada deixou 179 mortos e mais de 700 feridos, segundo o Ministério da Saúde da Líbia. É o maior número de mortos desde a queda do ditador Muammar Gaddafi, em 2011.

Devido à violência, mais de 30 países, como Estados Unidos, Reino Unido e Brasil, esvaziaram suas missões diplomáticas e procuram formas de retirar seus cidadãos.

O conflito começou no dia 13, quando a milícia de Misrata declarou guerra ao grupo armado de Zintan pelo controle da região do aeroporto de Trípoli, principal acesso aéreo ao país.

Nos combates, os milicianos destruíram aviões comerciais, hangares, a torre de controle e a pista, forçando o governo a fechar o terminal.

O fogo cruzado ainda atingiu um depósito de combustível no domingo (27). Mesmo com o incêndio, os confrontos seguiram até que os dois lados acertassem um cessar-fogo na quarta (30) para que fossem apagadas as chamas.

Nesta quinta, no entanto, as milícias voltaram a se enfrentar na região da capital.

Em Benghazi, no leste líbio, os paramilitares se aliaram ao grupo radical islâmico Ansar al-Sharia e dominaram uma base das Forças Armadas. As tropas foram obrigadas a deixar a cidade.

A Ansar al-Sharia é considerada um grupo terrorista pelos EUA e é suspeita de comandar o ataque que matou o embaixador americano no país, em setembro de 2012.

DESCONTROLE

Parte armada da revolta que derrubou Muammar Gaddafi, as milícias mantiveram seu poder em diversas cidades da Líbia mesmo durante os governos de transição.

Diante da incapacidade do poder constituído de formar um Exército sólido, os grupos armados usam seu poderio para pressionar a tomada de decisões políticas.

Dentre as pressões, estão invasões de ministérios e a rejeição às eleições de junho, em que foi selecionado o governo que deve assumir no próximo sábado (2).

A ação delas, porém, não é unânime. Cerca de 10 mil pessoas protestaram contra os grupos paramilitares em Trípoli e Benghazi.

Na segunda cidade, os moradores se preparam para tentar combater a invasão da milícia com as próprias mãos.

O descontrole político e a dificuldade de saída levou à saída dos diplomatas de mais de 30 países. Na quinta, a União Europeia retirou seus funcionários, assim como diversos de seus membros.

China e Filipinas alugaram navios para levar cerca de 25 mil pessoas até a Europa. Na quarta, o Brasil levou seus diplomatas para a Tunísia.

O país vizinho também começa a receber refugiados. Segundo o governo local, mais de 10 mil líbios cruzaram a fronteira na quarta.


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