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Morte de instrutor baleado por menina causa revolta nos EUA

Indústria de armas é criticada por dar dicas para crianças se divertirem com armas de fogo

Na maioria dos Estados, não existe limite etário em campos de tiro, e pais podem dar fuzis e espingardas de presente

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

A mais conhecida organização da indústria de armas de fogo americana, a Associação Nacional do Rifle (NRA, sigla em inglês), divulgou nas redes sociais um texto com dicas "para crianças se divertirem em campos de tiro".

Publicada na tarde de quarta (27), a desastrada reação do lobby das armas à comoção provocada pela morte de um instrutor de tiro baleado por uma menina de nove anos engrossou a polêmica sobre o uso de armas por crianças nos Estados Unidos.

A menina, que teve a identidade preservada e passará por tratamento psicológico, foi levada pelos pais ao campo de tiros e aprendia a usar uma submetralhadora Uzi.

Os pais gravavam o aprendizado da filha no celular e entregaram as imagens à polícia, que divulgou o vídeo.

Ela perdeu o controle da arma, que é leve, mas que dispara 600 tiros por minuto, e matou o instrutor Charles Vacca, 39, ex-militar, baleado com um tiro na cabeça.

Enquanto leis federais impedem a venda de armas de fogo para menores de 18 anos, a frequência nos campos de tiro não tem limite de idade. Os próprios estabelecimentos decidem --a Associação Nacional de Campos de Tiro sugere que a idade mínima seja oito anos.

"Explique para boa parte do país como vocês e os pais permitem que uma menina de nove anos pegue uma arma?", perguntou o apresentador Chris Hayes, do canal MSNBC ao dono do campo Last Stop [Última parada], onde aconteceu a tragédia.

"Já passaram 100 mil pessoas por aqui em catorze anos, pelo menos mil crianças, e nunca tivemos um arranhão", respondeu Sam Scarmardo, do Last Stop, que, após a tragédia, elevou para 12 anos a idade mínima para entrar no campo.

A família da menina, de Nova Jersey, pegou um popular passeio para turistas que vão a Las Vegas, oferecido por vários campos de tiro no vizinho Estado do Arizona.

Por US$ 200 (R$ 450) por pessoa, um ônibus leva os turistas da cidade turística a White Hills, 40 km ao sul.

O Arizona é um dos Estados com legislação mais liberal no uso de armas, mesmo após a chacina que deixou a deputada Gabrielle Giffords gravemente ferida em 2011.

Seis pessoas morreram e Giffords, depois de sair de um longo coma, tornou-se uma ativista por mais restrições na venda de armas no país. Mas diversos projetos similares foram derrotados no Congresso americano.


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