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Cristina passa por cirurgia bem-sucedida Segundo o governo argentino, operação para retirar tireoide durou 3 horas e meia e ocorreu 'sem complicações' Mandatária teve tumor diagnosticado no fim de 2011; militantes ficarão no hospital até a alta, prevista para sábado
DE BUENOS AIRES A presidente argentina Cristina Kirchner submeteu-se ontem a cirurgia para a retirada da tireoide. No último dia 27, o governo argentino anunciara que a mandatária tinha um carcinoma papilar no lóbulo direito e que a glândula precisava ser extirpada. A operação de tireoidectomia total, realizada no Hospital Austral, em Pilar (30 km de Buenos Aires), começou às 8h30 e durou três horas e meia. Segundo o porta-voz oficial, Alfredo Scoccimarro, ela ocorreu "sem inconvenientes nem complicações". A previsão, agora, é que Cristina permaneça internada até o próximo sábado. Depois, continuará de licença, em repouso, até o próximo dia 24. É possível que ela passe parte do tempo em Buenos Aires e parte em sua residência, na Patagônia. A presidente também receberá iodo radioativo para prevenir novas ocorrências do tumor. Por causa disso, ela terá de passar por um período de isolamento. Cristina passou as horas anteriores e o pós-operatório acompanhada só de parentes mais próximos: os filhos Máximo e Florencia, a mãe, Ofelia Wilhelm, e a cunhada, Alicia Kirchner, ministra do Desenvolvimento Social. No fim da tarde de ontem, foi divulgado que a presidente acordara e estava consciente. A entrada do hospital foi tomada por militantes. Desde anteontem pela manhã, começaram a chegar jovens com camisetas e bandeiras, a maioria com os dizeres "Força, Cristina", celebrizados no episódio da morte de seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner (1950-2010). Muitos acamparam no local e dizem que lá ficarão até sábado, quando Cristina deve ter alta. As bandeiras também indicavam que a procedência da maioria era o chamado "conurbano" (periferia) bonaerense, onde Cristina tem amplo apoio popular. Prefeituras de algumas localidades enviaram ônibus para transportar os militantes, que cantavam temas kirchneristas como "Avanti, Morocha" (apelido de Cristina). Alguns levaram parrilhas e improvisaram um churrasco, enquanto se distribuíam água e refrigerantes para aliviar a sensação de calor (fazia por volta de 28°C no começo da tarde). Banheiros químicos foram instalados para atender os militantes e a imprensa, e o trânsito foi bloqueado perto das entradas do hospital. O estabelecimento teve seu cotidiano alterado. Várias cirurgias foram suspensas ou transferidas para outros dias, enquanto apenas familiares de pacientes internados tinham permissão de acesso. O caso de Cristina vem se somar aos de outros líderes latino-americanos que se trataram recentemente de câncer: o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, a atual presidente, Dilma Rousseff, e os líderes Fernando Lugo (Paraguai) e Hugo Chávez (Venezuela). Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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