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Brasileira culpa amigos de filho por ele ter aderido a facção radical

Ozana Rodrigues o quer de volta da Síria 'mesmo morto', diz à Folha

Ela diz à Folha que, se não tivesse sido contida, teria 'sentado a mão na cara' de recrutador do filho em julgamento

DIOGO BERCITO EM MADRI

Retirada à força de um tribunal belga nesta semana, a brasileira Ozana Rodrigues, 43, irá confrontar mais uma vez o islamita Fouad Belkacem no próximo dia 8 para pedir-lhe que devolva o filho, recrutado por ele para lutar com extremistas na Síria.

Ozana é mãe do belga Brian de Mulder, 21, que em janeiro de 2013 desapareceu de casa para reaparecer na Síria com um novo nome, Abu Qassem Brazili --"o brasileiro", como é hoje conhecido no Estado Islâmico (EI).

A brasileira gritou a Belkacem, no julgamento, que o terrorista havia arruinado a vida da família. "Se não tivessem me segurado, tinha sentado a mão na cara dele", ela afirma à Folha, durante uma entrevista por telefone.

Ozana não esconde o desprezo por aqueles que ela culpa pela decisão de seu filho de viajar para a Síria. "Essas pessoas são da pior raça. Eles não estudam, não trabalham, só sabem estragar a vida das pessoas", diz.

A história da adesão de Mulder ao jihad, segundo conta a mãe, começou com a sua saída do time local de futebol. Mulder passou, em seguida, a jogar basquete em uma praça próxima de sua casa. Em pouco tempo o garoto conheceu, na quadra, muçulmanos marroquinos que o levaram à mesquita e a Belkacem. O que fez Mulder transformar-se, a mãe não sabe, mas ele passou a vestir-se com roupas longas, a pedir que ela não ouvisse rádio e a censurar seus shorts.

Quase dois anos depois, ela ainda não entende o processo que o levou ao EI. "É muito triste ver um filho que criei com amor sendo julgado por uma coisa que não é do feitio dele."

Mulder é julgado no mesmo "megaprocesso do jihad" em que Belkacem é acusado por liderar o grupo Sharia à Bélgica. "Quero ele de volta. Mesmo que seja morto, para poder enterrar. Não quero Brian lá com essa cambada", diz Ozana.


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