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Jovens islâmicos no Reino Unido criam campanha contra milícia

Movimento 'Not in my name' busca desvincular islã de radicais

LEANDRO COLON DE LONDRES

Na última quarta-feira (1º), jovens muçulmanos que vivem na região de Walthamstow, no leste do subúrbio de Londres, reuniram-se mais uma vez com cartazes com a frase "Not in my name" ("Não em meu nome").

O gesto ali foi simbólico, nem eram tantos reunidos. Foi apenas para registro de imagens. O foco mesmo é a internet, sobretudo YouTube, Twitter e Facebook.

O recado é para a facção radical Estado Islâmico (EI), que vem tomando territórios na Síria e no Iraque em ameaça a potências ocidentais, levando à decapitação de reféns americanos e britânicos.

A campanha com a "hashtag" "#notinmyname" tem ganhado fama nas mídias sociais, ainda mais depois que foi mencionada pelo presidente americano, Barack Obama, no dia 24 de setembro, em discurso na ONU.

O movimento foi criado em Londres por jovens islâmicos depois da divulgação, em 19 de agosto, do vídeo da decapitação do jornalista americano James Foley, 40, por membros do EI. Além dele, outro jornalista americano, Steven Sotloff, e os britânicos David Haines e Alan Henning aparecem em vídeos sendo mortos da mesma maneira.

Uma gravação divulgada no YouTube, em que os jovens seguraram cartazes e pronunciam "Not in my name", já teve 200 mil acessos.

O movimento segue o gesto de lideranças muçulmanas que vivem no Reino Unido e que têm protestado contra a milícia radical.

"As decapitações aumentaram a repulsa em Londres em relação aos muçulmanos. E decidimos criar a campanha para levantar essa bandeira: o Estado Islâmico não fala em meu nome, não mata pessoas em nome do islã", disse à Folha a estudante Zhara Qadir, 21, uma das líderes da campanha.

Com o suporte de uma ONG chamada "Active Change Foundation", também criada por muçulmanos na região de Walthamstow, a ação já ganhou adesões na Espanha e na França.

MÍDIAS SOCIAIS

Foco da campanha, as mídias sociais têm sido justamente o meio usado pelo EI para convencer jovens britânicos a se juntar à jihad (guerra santa) no Oriente Médio.

Estima-se que 500 desses jovens já deixaram o Reino Unido nessa direção. O homem do EI encapuzado que aparece no vídeo das decapitações tem sotaque britânico, segundo as autoridades.

"Nós temos que deixar claro que não concordamos com o EI. Não representam a comunidade islâmica, que é tolerante e pacífica. É tenebroso o que estão fazendo", afirmou Khalid Abdul, 16, segurando o cartaz do grupo de jovens: "Not in my name".


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