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Crise política e econômica afeta o Miss Venezuela, símbolo cultural do país

Evento é criticado por queda no orçamento e pela transferência para estúdio de TV; duas misses tiveram mortes violentas recentemente

SAMY ADGHIRNI DE CARACAS

O mal-estar que paira sobre a Venezuela contagiou um dos maiores símbolos nacionais: o sagrado concurso para eleger a mulher mais bonita do país.

A cerimônia do Miss Venezuela 2014, ocorrida na noite desta quinta (9), foi marcada por críticas generalizadas da imprensa e do público.

A festa, que coroou a estudante Mariana Jiménez, 20, teve produção austera e pobre, segundo o jornal venezuelano "El Nacional".

Para o "El Universal", ficou evidente a queda drástica do orçamento do concurso por causa da crise econômica, que mescla inflação superior a 60% e sinais de recessão.

O jornal também criticou a apresentação de dança de abertura, em descompasso com a música tocada.

Pessoas ouvidas pela Folha acharam a cerimônia vazia e tediosa, ecoando o tom dominante nas redes sociais.

"É uma perda de tempo, já não produz a mesma emoção de antes", disse no Twitter a adolescente Wen Osorio.

Além da questão econômica do país, a sensação de encolhimento foi atribuída à transferência do evento dos enormes auditórios onde costumava acontecer para um estúdio de televisão.

Segundo críticos, o governo hoje controla as principais casas de espetáculo, o que dificulta o acesso do Venevisión, emissora privada responsável pelo concurso, a grandes palcos.

Questões políticas também estariam por trás do silêncio acerca da recente morte violenta de duas Miss Venezuela, contrariando expectativas de que seriam homenageadas ou, ao menos, lembradas.

Em fevereiro deste ano, a Miss Turismo do Estado de Carabobo 2013, Génesis Carmona, 22, morreu durante protestos antigoverno na cidade de Valencia, a oeste da capital Caracas.

Semanas antes, Mónica Spear, coroada em 2004 e transformada desde então em estrela das novelas latinas, morreu com o ex-marido em assalto na estrada de Carabobo. O casal deixou filha de cinco anos.

Para muitos venezuelanos, o governo do presidente Nicolás Maduro pressionou a emissora a silenciar sobre as mortes, para não acirrar debates sobre violência e repressão. "Reinou a censura", escreveu o site ProDaVinci.

Após as críticas, a ganhadora do Miss Venezuela 2014 dedicou sua coroa a Mónica Spear nesta sexta-feira (10).


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