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Presidente iraniano dá início a tour latino

Ahmadinejad embarcou ontem para a Venezuela e passará por Nicarágua, Cuba e Equador para mostrar influência

Roteiro, desta vez, não inclui o Brasil; governo Dilma não convidou o mandatário, que visitou Lula no país em 2009

Maryam Rahmanian/Folhapress
Presidente iraniano passa a guarda em revista em base aérea de Teerã antes de embarcar para tour pela América Latina
Presidente iraniano passa a guarda em revista em base aérea de Teerã antes de embarcar para tour pela América Latina

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, iniciou ontem, na Venezuela, um tour pela América Latina que visa consolidar a rede de apoio político a Teerã no quintal dos EUA. Ele chegou a Caracas por volta das 19h (hora local).

Nas quatro etapas do roteiro, que desta vez não inclui o Brasil, Ahmadinejad será recebido por governantes de esquerda que compartilham as posições antiamericanas e terceiro-mundistas do Irã.

Depois da Venezuela de Hugo Chávez, o iraniano irá à posse do recém-reeleito Daniel Ortega na Nicarágua.

Em seguida, visitará os irmãos Raul e Fidel Castro em Cuba e encerrará o giro no Equador de Rafael Correa.

Em rápidas declarações concedidas antes de embarcar, na base aérea do aeroporto Mehrabad de Teerã, Ahmadinejad rejeitou recentes alertas dos EUA contra países que têm boas relações com o Irã.

"Hoje, os povos latino-americanos são pioneiros na luta contra o colonialismo e o expansionismo dos imperialistas", disse o presidente, que citou Cuba como "o país mais conhecido" da região.

Na cerimônia que antecedeu o embarque, acompanhada de perto pela Folha, Ahmadinejad recebeu um Corão, livro sagrado do islã, das mãos de um oficial da Guarda Revolucionária. Ele beijou o livro, abriu uma página aleatória e leu um trecho em silêncio, antes de devolver o Corão. O gesto simbólico ocorre antes de toda viagem presidencial e visa obter proteção divina.

Apesar do comércio em alta entre Irã e América Latina, analistas concordam em que o giro é movido pela necessidade de mostrar que Teerã não está isolado e é capaz de projetar influência fora do Oriente Médio.

Segundo a Folha apurou, o Irã não contatou o Brasil para uma possível visita nem Ahmadinejad foi convidado. Teerã sinaliza ter entendido que a presidente Dilma Rousseff, embora mantenha relações cordiais com o país, tem procurado evitar a proximidade efusiva que uniu o líder iraniano e o presidente Lula.

Ahmadinejad visitou Brasília em 2009 e recebeu Lula em Teerã no ano seguinte.

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