Taxa de letalidade do ebola subiu, diz OMS
Surto mata 70% dos afetados; previsão é que em breve surjam 10 mil casos por semana
Enfermeira infectada nos EUA recebe transfusão de sangue de homem curado para combater vírus
A taxa de mortalidade na maior epidemia de ebola já registrada subiu para 70%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta terça-feira (14).
Em uma entrevista coletiva em Genebra, o diretor-geral-assistente da organização, Bruce Aylward, disse ainda que, em dois meses, o número de novos casos pode chegar a 10 mil por semana.
Na atual epidemia, a OMS estimava a taxa de mortalidade em 50% até então. O objetivo é isolar 70% dos casos dentro de dois meses para reverter o surto.
O número de mortos até o momento chegou à marca de 4.447, disse Aylward.
Os países mais afetados são Serra Leoa, Guiné e Libéria, todos no oeste africano. A OMS se preocupa com a propagação de infectados nas capitais desses países.
O número de casos registrados na região vai superar os 9.000 nesta semana.
Em países ocidentais, também há casos registrados.
Nesta segunda (14), uma enfermeira contaminada pelo vírus em Dallas, nos Estados Unidos, recebeu uma transfusão de sangue do médico Kent Brantly, o primeiro paciente tratado no país e que superou o vírus.
O hospital afirma que a paciente se encontra "em boas condições". Pham, 26, fazia parte da equipe de cerca de 70 pessoas que atendeu Thomas Eric Duncan, cidadão liberiano infectado por ebola que morreu na quarta (8).
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) anunciou reforços no combate ao ebola no país após críticas sobre como as autoridades federais e locais lidaram com o caso de infecção em Dallas.
Obama também se pronunciou sobre a doença, assegurando que os EUA irão se "certificar de que todas as lições aprendidas nos casos de Dallas sejam aplicadas em hospitais pelo país".
Segundo o diretor do CDC, Thomas Frieden, uma equipe do centro será enviada a qualquer hospital que registrar um paciente infectado.
Na Espanha, a condição de saúde da enfermeira que se contaminou em Madri, após tratar de um missionário infectado, era "ligeiramente melhor" nesta terça.
Já um sudanês que trabalhava para a ONU na Libéria e foi contaminado morreu em uma clínica de Leipzig, na Alemanha, onde era tratado.