Turquia faz bombardeio em região curda
Etnia exige ação em área tomada por facção
A Turquia atacou nesta terça-feira (14) áreas dominadas por curdos no sudeste do país, quebrando o cessar-fogo entre os dois lados, que estava em vigor desde 2012.
O bombardeio ocorre dias após protestos em que os curdos exigiram uma intervenção turca na cidade de Kobani, na Síria, dominada pelo Estado Islâmico.
Os alvos da ação foram postos de controle do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), ilegal no país.
Segundo a imprensa turca, a medida foi uma retaliação a ataques do PKK à base de Daglica, área curda perto da fronteira com o Iraque, durante o fim de semana.
A agência de notícias curda Firat e o jornal "Hürriyet" afirmam que houve ataques aéreos. O governo turco só confirma a retaliação por terra aos combatentes curdos.
A Turquia é questionada pelos curdos e pela coalizão de países que ataca o Estado Islâmico, liderada pelos Estados Unidos, por não interferir na situação de Kobani.
A cidade síria, ao lado da fronteira turca, está sob assédio da milícia radical há mais de um mês. Nos últimos dez dias, os extremistas avançaram sobre o centro da cidade.
Kobani é defendida pelas Unidades de Proteção Popular (YPG), que têm ligação histórica com o PKK. Para o governo turco, a ajuda poderia levar à retomada do conflito interno com os curdos. Diante da reticência turca, os Estados Unidos intensificaram os bombardeios em Kobani.