Primeiro teste indica que espanhola com ebola está curada
Novo exame pode apontar em até 48 horas que primeira paciente infectada fora da África não tem mais o vírus
Saúde da enfermeira Teresa Romero tem melhora, mas ela não deve ter alta logo após segunda avaliação
A enfermeira espanhola que contraiu ebola, Teresa Romero, de 44 anos, testou negativo para o vírus neste domingo (19), informou o governo da Espanha.
Isso não significa que Romero já esteja livre do vírus, afirmou Teresa Mesa, porta-voz da família da paciente. Ainda é necessário fazer um segundo exame de confirmação, cujo resultado será divulgado em até 48 horas.
A porta-voz disse que é preciso ser prudente, mas revelou que os médicos estão otimistas e acham que o segundo teste também dará resultado negativo.
A família também afirma que ela teve uma considerável melhora nos últimos dias. Romero se alimenta pela boca, não precisa de auxílio de aparelhos para respirar e consegue andar pelo quarto onde está internado.
Todavia, mesmo se o resultado do próximo teste seja negativo, ela não deverá estar recuperada o suficiente para receber alta.
Romero contraiu o vírus enquanto cuidava de dois padres em um hospital de Madri, tornando-se a primeira pessoa a ser infectada fora da África ocidental.
Ela havia sido hospitalizada no começo do mês com febre alta e está sendo tratada em uma unidade isolada em um hospital adaptado para o caso, no centro da capital espanhola.
ANTICORPOS
Romero foi tratada com soro humano contendo anticorpos de portadores do vírus do ebola que sobreviveram à doença e outros medicamentos que a porta-voz do governo se recusou a revelar. Um deles seria o antiviral experimental favipiravir, segundo apurou o jornal "El Mundo".
Ela é a única pessoa a ser diagnosticada com ebola na Espanha. Há ainda outras 15 pessoas hospitalizadas, incluindo o marido de Romero, sob observação após apresentarem sintomas da doença.
O ebola matou pelo menos 4.546 pessoas, sobretudo na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné, no surto atual, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados na última sexta-feira (17).
A Espanha permitiu aos Estados Unidos utilizar bases militares para enviar 4.000 militares para a África Ocidental a fim de controlar a doença. As bases a serem usadas devem ser a de Rota, perto de Cádiz, e a de Morón de la Frontera, perto de Sevilha, no sul do país.