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Irã condena à pena de morte americano suspeito de espionar

Nascido nos EUA de pais iranianos, Amir Hekmati, 28, é acusado de colaborar com a CIA e conspirar contra Teerã

Washington e a família do acusado negam que ele atuasse como espião; prazo para recorrer é de 20 dias

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

Um tribunal do Irã condenou à morte, sob acusação de espionagem, um ex-fuzileiro naval americano de origem iraniana, segundo a mídia estatal de Teerã divulgou ontem.

Primeiro americano condenado à morte no Irã desde a Revolução Islâmica (1979), Amir Mirzaei Hekmati, 28, tem 20 dias para recorrer da sentença, cuja data de emissão não foi divulgada.

Ele é tido como culpado de integrar a CIA (serviço de inteligência dos EUA), cooperar com nação inimiga e tentar implicar o Irã em atos terroristas.

Segundo jornais de Teerã, Hekmati foi detectado e identificado como agente secreto por espiões iranianos infiltrados na base militar americana de Bagram (Afeganistão).

Hekmati, que nasceu nos EUA de pais imigrantes iranianos, teria sido preso em agosto após se apresentar à Inteligência de Teerã como desertor americano.

Em dezembro, a TV estatal divulgou imagens nas quais o acusado confessa, em farsi fluente, que tentava se infiltrar em missão para a CIA.

Os EUA afirmam que Hekmati integrou as Forças Armadas americanas, mas negam que fosse espião no Irã.

"O Irã tem um histórico de acusar falsamente as pessoas de serem espiões, de extrair confissões forçadas e de prender americanos inocentes por razões políticas", disse ontem o porta-voz da Casa Branca, Tommy Vietor.

A família do acusado também rejeita as acusações e disse que ele estava no Irã, com passaporte iraniano, visitando a avó ao ser preso.

O Irã tem histórico de acusações polêmicas de espionagem. Porém, comprovou-se que a francesa Clotilde Reiss, presa por espionagem e libertada em 2010, com mediação do Brasil, escrevia relatórios para a Inteligência da França.

Conhecidos da iraniana-americana Roxana Saberi, que também esteve na cadeia, confirmam a tese de que ela roubou documentos do Irã.

Teerã disse ter desmantelado uma rede de espiões estrangeiros que queriam tumultuar as eleições de março.

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