Terroristas matam 12 em jornal de Paris para 'vingar Maomé'
Alvos eram cartunistas do satírico 'Charlie Hebdo'; Atiradores sabiam horário de reunião; Presidente François Hollande pede união nacional; 'Eu sou Charlie' vira emblema do luto
Terroristas encapuzados mataram a tiros de fuzil 12 pessoas e feriram 11 nesta quarta-feira (7), na Redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", em Paris. Foi o atentado com maior número de mortes na Europa desde 2005, quando bombas explodiram no metrô e num ônibus em Londres, com 52 vítimas.
Entre os mortos estão oito jornalistas do semanário, sendo quatro cartunistas --incluindo o diretor do jornal, Stéphane Charbonnier (o Charb), e Georges Wolinski, expoente do gênero no país--, e dois policiais.
Em seguida à ação, os atiradores gritaram: "Nós vingamos o profeta Maomé". Nenhum grupo assumia a autoria do atentado. O governo francês informou a identidade de dois dos três suspeitos, de origem árabe. O terceiro se entregou após uma grande operação policial.
Desde 2006, quando passou a publicar cartuns do profeta fundador do islamismo, o "Charlie Hebdo" sofre ameaças e atentados de extremistas.
O ataque seguiu um plano meticuloso: os terroristas chegaram ao local pouco depois das 11h locais (8h de Brasília), enquanto a equipe do jornal fazia a sua reunião semanal de pauta. Os três atiradores gritaram nomes dos jornalistas enquanto os matavam.
Líderes de todo o mundo condenaram o ataque e ofereceram apoio ao presidente francês, François Hollande, que pediu a união de seus compatriotas.
Milhares saíram às ruas da França. A frase "Je Suis Charlie" (Eu Sou Charlie) tornou-se o emblema do luto, estampando sites de jornais franceses e cartazes e liderando os tópicos mais comentados no Twitter.