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Mortes no naufrágio sobem para cinco

Corpos de mais dois turistas foram encontrados ontem; 15 seguem desaparecidos e chance de sobrevivência cai

Dona do navio aponta 'falha significativa' do comandante, que está sujeito a até 12 anos de prisão por haver fugido

Gregorio Borgia/Associated Press
Mergulhadores italianos se aproximamdo Costa Concordia na operação de resgate às vítimas
Mergulhadores italianos se aproximamdo Costa Concordia na operação de resgate às vítimas

RODRIGO RUSSO
ENVIADO ESPECIAL A GIGLIO (ITÁLIA)

A Guarda Costeira italiana encontrou ontem dois corpos na parte submersa do navio Costa Concordia que naufragou na noite de sexta, elevando para cinco o número de mortos no acidente.

As vítimas são o espanhol Guillermo Gual, 68, e o italiano Giovanni Masia, 86, segundo a unidade de crise da Guarda Costeira.

Gual fazia parte de um grupo de nove espanhóis, quase todos seus familiares, procedente de Palma de Mallorca. O grupo perdeu o idoso de vista quando tentavam escapar do cruzeiro em que viajavam 4.229 pessoas.

RESTAURANTE

De acordo com o comandante da Guarda Costeira, Cosimo Nicastro, os dois foram localizados no ponto de encontro próximo ao restaurante onde os passageiros jantavam no momento do choque do Costa Concordia com uma rocha, perto da ilha de Giglio. Ambos foram encontrados vestindo colete salva-vidas.

Nas buscas, três pessoas foram localizadas com vida dentro da embarcação. Ontem, o tripulante italiano Manrico Giampedroni, 57, que estava com uma das pernas quebradas, foi resgatado por um helicóptero.

Na madrugada de domingo, os sul-coreanos Hye Jim Jeong e Kideok Han, ambos de 29 anos -em viagem de lua de mel-, foram encontrados trancados na cabine que ocupavam, no oitavo andar.

Um casal de japoneses, que estava entre os desaparecidos, apresentou-se ontem em Roma. Eles disseram que, ao chegar no porto de Santo Stefano, encontraram amigos japoneses e foram para Roma.

Quinze passageiros ainda não foram localizados. A probabilidade de encontrá-los com vida é cada vez menor. O trabalho dos mergulhadores é perigoso, pois o navio está deitado de lado com um grande corte, pode se mover e afundar. "Há barracas, colchões e outros objetos móveis que podem ficar presos nos equipamentos dos mergulhadores", disse Nicastro.

O capitão Francesco Schettino está detido e será investigado por negligência e abandono do navio. Pela lei italiana de navegação, o capitão que abandona embarcação em perigo pode ser condenado a até 12 anos de prisão.

A Costa Cruzeiros, proprietária do navio, atribuiu ontem "uma suposta e significativa falha" ao comandante -anteontem, a empresa defendera sua atuação. Em entrevista a uma TV italiana, Schettino disse ter sido um dos últimos a sair do navio.

O ministro da Defesa italiano, Giampaolo Di Paola, disse à Rai que o naufrágio foi consequência de "enorme erro humano", já que "navios daquele porte não podem passar perto de uma costa que se sabe ser rasa".

"O capitão estava em um bote salva-vidas, coberto por uma manta, muito antes de todos os passageiros saírem do navio", afirmou o casal francês Ophelie Gondelle e David Du Pays.

Uma empresa holandesa foi chamada para retirar o combustível dos tanques do navio para evitar vazamentos.

Com agências de notícias

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