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Sobreviventes brasileiros voltam ao país

Parte dos passageiros do navio que naufragou sexta na Itália chegou ontem; eles relatam pânico e falta de suporte

Número de turistas do país era maior do que o divulgado no sábado; os 56 brasileiros a bordo escaparam ilesos

JOHANNA NUBLAT
de brasília
FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE

Os brasileiros que estavam no navio de luxo Costa Concordia, que naufragou na noite de sexta-feira, na Itália, começaram a chegar ontem de volta ao país.

Havia, no total, 56 brasileiros a bordo. Todos escaparam. No sábado, o número divulgado pela empresa foi 53 -46 passageiros e sete tripulantes, mas ontem se soube que havia mais três passageiros do Brasil, que haviam comprado o cruzeiro em um site internacional.

Ontem, chegaram voos com vítimas do acidente a Brasília (cinco) e Porto Alegre (11). Para ontem estava prevista a chegada de 17 passageiros a Fortaleza e, para hoje, a de um grupo a São Paulo. Sete outros brasileiros recebidos ontem pelo posto em Roma ainda não têm previsão de embarque de volta.

RETORNO AO BRASIL

A professora Viviane Luz Scheffer, 51, e 11 familiares estavam no último dia do cruzeiro quando o navio naufragou. Na chegada a Porto Alegre, ontem, Scheffer disse que a tripulação ficou "mais apavorada do que os passageiros" durante o salvamento. Ela conta que, enquanto o navio inclinava, seu bote salva-vidas emperrou. Houve pânico, e o problema teve de ser resolvido "a marretadas".

A preocupação seguinte foi com a divisão da família em botes diferentes. Todos eles perderam os documentos e bagagens, e dizem que vão aguardar a manifestação da empresa nos próximos dias.

O funcionário público João Squeff, a mulher, Rose, e os dois filhos chegaram, também ontem, a Brasília. Eles dizem que conseguiram recolher casacos, roupas, equipamentos eletrônicos e dinheiro antes de deixarem a embarcação. E reclamam da falta de apoio da Costa, operadora do cruzeiro.

Squeff diz que vai cobrar da empresa indenização e reembolso dos gastos que teve. Para os filhos adolescentes ficou o trauma. Eles não pretendem voltar a um cruzeiro. "Nunca mais. Passa pela sua cabeça que você vai morrer", disse Eike, um dos filhos.

O serviço consular em Milão informou ter prestado "o devido apoio" nos trâmites para que os brasileiros pudessem retornar e ofereceu "aos que solicitaram algumas peças de roupas, agasalhos, sapatos, meias e alimentação".

Segundo o Itamaraty, não há desaparecidos, feridos ou mortos entre os brasileiros.

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