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Tripulante é resgatado 40 horas depois de naufrágio

Manrico Giampedroni, 57, que ajudou passageiros a sair do navio, feriu-se na perna e ganhou fama de herói

do enviado a giglio (itália)

Às 11h45 (8h45, horário de Brasília), num dia de céu aberto e vento gelado na ilha de Giglio, o helicóptero da Guarda Costeira paira sobre o naufragado Costa Concordia.

Um homem desce pela corda até o convés. Cinco minutos depois, outro integrante desce ao navio e o helicóptero segue rumo ao continente.

Do porto da pequena cidade, onde ainda estão atracados os barcos e botes usados na fuga da última sexta à noite, acompanha-se a intensa movimentação de barcos oficiais ao redor do navio.

Quase uma hora depois, às 12h35, após pronunciamentos pouco esclarecedores de autoridades locais, o helicóptero volta a sobrevoar o navio. Em cinco minutos, um dos oficiais sobe pela corda, em seguida usada para entregar um objeto.

Com o auxílio das lentes zoom das equipes de TV, tem-se a certeza de que é uma maca. Desta vez o helicóptero reaparece, mas é mais cauteloso com o sobrevoo.

Às 12h49, o tripulante italiano Manrico Giampedroni, 57, é resgatado do Concordia quase 40 horas depois do naufrágio.

Com ferimentos na perna, os gritos de Giampedroni foram ouvidos pela equipe que faz varreduras na área não submersa do navio. Um dos dois integrantes da operação é um médico.

O cuidado e a demora no resgate foram justificados pela incerteza na localização de Giampedroni. Como o navio pende para o lado esquerdo, os cômodos podem ficar tanto na vertical quanto na horizontal, dificultando o acesso.

Giampedroni tem sido tratado como herói na Itália, por ter permanecido no navio ajudando o salvamento dos passageiros.

MORADORES

Cerca de 50 moradores da ilha de Giglio, que no inverno tem população de 900 pessoas, acompanharam a ação de resgate do tripulante na manhã de ontem.

Silvano Scotto, 28, morador da ilha, contou ter ouvido o barulho do navio na sexta à noite. A princípio, pensou que fosse uma festa.

Depois ele percebeu que, pouco a pouco, o Costa Concordia se inclinava e que havia uma grande confusão. Scotto reuniu seus amigos e, com o barco de um deles, passou a madrugada auxiliando no resgate.

Ao se aproximar da ilha, o navio fez uma saudação. Segundo Scotto, essa não é a primeira vez que isso ocorre. "O problema foi a aproximação excessiva, que não costuma acontecer. Eu acredito que foi erro humano", diz.

(RODRIGO RUSSO)

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