Maduro estende seu giro pelo exterior e gera especulação
Analistas dizem que presidente adia volta devido à crise econômica na Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desembarcou nesta sexta (16) em Portugal. Esta é a terceira parada inesperada de um giro internacional errático iniciado há duas semanas em meio à crise econômica no país.
No início do mês, Maduro disse que visitaria China, Arábia Saudita, Irã e Argélia, mas já passou pelo Qatar e pela Rússia. Segundo fontes russas, nem a embaixada russa em Caracas sabia da viagem.
Especula-se que ele também poderá ir ao México. O governo não divulga agenda oficial e se recusa a falar com a mídia estrangeira.
O presidente afirma que busca apoio financeiro para equilibrar as contas do país, pressionado pela queda 60% no preço do petróleo.
A ausência prolongada, junto com o fato de que ele está com familiares e assessores mais próximos, gera preocupação de que Maduro pode estar adiando o retorno.
Desde o fim do ano, a escassez de produtos básicos chegou a níveis críticos. Nos locais onde há produtos, policiais armados tentam controlar enormes filas.
O líder opositor, Henrique Capriles, disse que o governo está em "fase terminal" e planeja convocar protestos.
Maduro, cuja popularidade despencou para 22%, alertou durante a viagem para o risco de "golpe econômico".
A empresa americana de inteligência Stratfor vê risco de golpe militar. "Maduro não quer ou não pode voltar à Venezuela. Isso mostra preocupação de sua parte, o que é grave", disse à Folha um analista estrangeiro.