Sergio Massa
Deputado quer estrangeiros na investigação
Para o deputado Sergio Massa, a Argentina deveria procurar especialistas estrangeiros para tentar desvendar como ocorreu a morte de Nisman."O problema é grave. Contar com a assessoria de especialistas no tema é importante", diz.
Para o governo, isto seria uma interferência na soberania nacional, segundo o chefe de gabinete argentino, Jorge Capitanich.
O cargo de Capitanich era ocupado por Massa no início do governo Cristina. Ele saiu em 2009 para disputar a prefeitura de Tigre, cidade na Grande Buenos Aires.
No fim do mandato, deixou a Frente para a Vitória, o grupo kirchnernista, para fundar sua própria legenda, a Frente Renovadora. Devido à mudança, foi considerado um traidor pelos aliados da Presidência.
Ele evita se declarar como peronista, apesar da carreira nesse espectro político.
"Sou um dirigente de 42 anos que militou e participou do peronismo, mas que nos últimos dois anos tentou construir um espaço multipartidário e não se debruçou tanto em questões da divisão de partido".
E diz que em um eventual segundo turno contra um candidato não peronista, não iria procurar apoio dos governistas: "O único apoio que vamos buscar é o das pessoas. Os acordos entre partidos são parte da lógica da velha política".
A imagem que Massa tenta passar é de alguém que compartilha alguns ideais do atual governo, mas que propõe uma mudança de rumo, afirma a cientista política Maria Casullo. Para ela, o deputado tem perfil parecido ao de Eduardo Campos.
Dentre os nomes que acompanharam Massa, está o ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, que o ajudaria na tentativa de revitalizar uma economia que teve dois anos de recessão.
Para a relação com o Brasil, Massa defende uma diversificação do intercâmbio comercial, "que permitirá mais flexibilidade", para que as duas economias não sejam muito dependentes da indústria de automóveis.