Daniel Scioli
Aliado não vê complô judicial contra Cristina
Entre os políticos da coligação que comanda a Casa Rosada, o pré-candidato que hoje tem mais chances é o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli. Mesmo sendo partido da presidente, não é considerado um kirchnerista.
"A maior preocupação dele não é tanto que Cristina o apoie, mas que ela não o atrapalhe. Ele tem que neutralizá-la", diz o analista Gabriel Puricelli.
Scioli não coincide com Cristina Kirchner quando defende voltar a aos mercados de títulos de dívida.
"Mas que seja um financiamento para os objetivos estratégicos do país. A Argentina pagou sua dívida pela primeira vez, e com crédito para a produtividade e infraestrutura", diz, elogiando a gestão Kirchner.
Outro assunto é a disputa com os jornais. Ele já se deixou fotografar em eventos do grupo Clarín.
No caso Nisman, disse que a denúncia do promotor à presidente é inaceitável, mas não diz que há um complô contra Cristina.
Mesmo com as diferenças, fala que, se vencer as eleições primárias da Frente para a Vitória, terá o apoio dos outros pré-candidatos, que até agora são oito.
"No peronismo, quem perde acompanha. É um eleitorado que apoia um projeto e busca uma mudança completa do país. Já houve várias etapas de avanço e é preciso seguir."
Antes de ser governador, Scioli foi o vice de Néstor Kirchner na Presidência entre 2003 e 2007. Sua indicação foi um dos arranjos para que Néstor recebesse o apoio de seu antecessor, Eduardo Duhalde.
O esporte foi a bandeira política inicial do pré-candidato, que foi piloto de barcos de corrida, mesmo após um acidente em que perdeu o braço direito.
"O esporte foi uma escola. É algo que exige perseverança, vontade e trabalho de equipe, assim como a política. E, particularmente, o acidente, bem, marcou a minha vida para sempre e mais tarde eu pude crescer com cabeça e coração", conta.