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Áudios confirmam que capitão abandonou navio

Jornal italiano revela telefonema entre comandante e Capitania dos Portos

Justiça ordena prisão domiciliar de Francesco Schettino; outros cinco corpos são encontrados dentro da embarcação

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Uma dramática conversa telefônica divulgada ontem pelo jornal italiano "Corriere della Sera" revela que Francesco Schettino, comandante do Costa Concordia, abandonou o navio antes da retirada de todos os passageiros e se recusou a atender às ordens da Capitania dos Portos para que retornasse a bordo.

Equipes de resgate encontraram mais cinco corpos em uma parte submersa do navio, que naufragou na última sexta próximo à ilha de Giglio, na costa da Itália, após colidir com uma rocha.

Os corpos são de quatro homens e uma mulher, todos aparentando entre 50 e 60 anos e usando coletes salva-vidas. Não se sabem suas nacionalidades.

O acidente já soma 11 mortes confirmadas; há ao menos 24 desaparecidos.

A conversa entre Schettino e o comandante da Capitania dos Portos de Livorno, Gregorio de Falco, ocorreu por volta da 0h32 local. Ao ser questionado sobre quantas pessoas restavam a bordo, o capitão do Concordia respondeu que "umas 200 ou 300".

A resposta levantou suspeitas, e Schettino admitiu que já não estava no navio.

De Falco ordenou diversas vezes que o capitão voltasse para ajudar no resgate. "Você se salvou, mas vou fazer com que você pague por isso. Volte ao navio", diz De Falco.

Schettino não atendeu às ordens, dizendo primeiro que o navio já estava virando, depois que já havia equipes de resgate no local e, por último, que estava muito escuro.

"Você quer ir para casa, Schettino? Está escuro, e você quer ir para casa?", responde, exasperado, De Falco.

A juíza Valeria Montesarchio ordenou ontem a prisão domiciliar de Schettino, que estava detido desde sábado. Ele é acusado de homicídio múltiplo culposo (sem intenção), naufrágio e abandono de navio, podendo ser condenado a até 15 anos de prisão.

Em depoimento à Justiça, Schettino voltou a negar as acusações. Disse ainda que não voltou ao navio devido à sua acentuada inclinação e que sua ação após o acidente salvou centenas de vidas.

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