Embaixador dos EUA em Seul sofre ataque
Mark Lippert foi ferido com uma faca antes de discursar em evento na capital; autor é contra ação militar conjunta
Amigo de Obama, ele recebeu ligação do presidente após ataque; diplomata chegou em 2014 e tem filho coreano
O embaixador dos EUA na Coreia do Sul, Mark Lippert, foi ferido por um homem armado com uma faca na manhã de quinta-feira (noite de quarta, 4, no Brasil) enquanto participava de um evento em Seul.
O ataque ocorreu por volta das 7h40 (19h40 de Brasília), quando Lippert estava prestes a discursar num café da manhã organizado pelo Conselho Coreano para Reconciliação e Cooperação. Ele teve ferimentos no rosto e no braço direito.
O autor, um homem que se identificou como Kim Ki-jong e logo foi detido, é membro do conselho e participava do evento, segundo o comandante da polícia local, Yoon Myung-seon. Ele usou uma faca de cerca de 25 cm no ataque, segundo a CNN.
Segundo a imprensa sul-coreana, Kim, que teria 55 anos, se opõe aos exercícios militares conjuntos entre EUA e Seul iniciados nesta semana e teria gritado, durante a ação, que as duas Coreias devem ser reunificadas.
A polícia, contudo, afirmou que os motivos do ataque ainda estão sendo investigados.
Imagens de TV mostraram Lippert deixando o local com sangue no rosto e nos braços. Kim teria se aproximado por trás do embaixador, que estava sentado na hora do ataque.
"Nós condenamos duramente esse ato de violência. O embaixador está sendo tratado em um hospital local. seus ferimentos não representam um risco de morte", disse a porta-voz do Departamento de Estado Marie Harf.
Amigo próximo do presidente Barack Obama desde quando o democrata era senador, Lippert recebeu uma ligação do presidente logo após o ataque, segundo a Casa Branca.
Lippert, 42, tornou-se embaixador no ano passado e, desde então, é visto como um diplomata popular em Seul. Seu filho, nascido no país, recebeu um nome coreano.
O americano havia servido antes como o número um do Departamento de Defesa para a Ásia e no Conselho de Segurança Nacional.
Os EUA mantêm 28.500 militares no país do Sul e alguns sul-coreanos consideram que os exercícios conjuntos das duas forças elevam ainda mais a tensão com a Coreia do Norte, dificultando a possibilidade de reunificação.