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Grécia fica perto de acordo com credores

Objetivo do governo é reduzir o seu nível de endividamento em € 100 bilhões e evitar a decretação de um calote

Texto prevê troca dos títulos em poder do bancos por novos papéis com desconto de 50% do valor de face

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Grécia está prestes a fechar com seus credores privados um acordo histórico para a troca voluntária de títulos da dívida, reduzindo seu débito em 50%, que deve trazer alívio à zona do euro ao afastar o risco de que o país decrete um calote -o que acirraria ainda mais a crise enfrentada pela Europa.

A notícia do pré-acordo veio após três dias de conversas entre o premiê Lucas Papademos, seu ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, e os líderes do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), representando os investidores privados. As reuniões prosseguem hoje.

Autoridades alertavam que o prazo para as negociações estava expirando -o país precisa saldar, em 20 de março, € 14,5 bilhões (R$ 32,9 bi) em títulos em vencimento.

O recebimento de uma nova parcela do segundo pacote de ajuda, de € 130 bilhões (R$ 295 bilhões), também está condicionado ao fechamento de um acordo.

O bloqueio dessa parcela comprometeria a capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros.

Analistas avaliam que, com os juros a serem pagos pelos novos papéis, a redução aceita pelos credores privados deve ficar, na prática, entre 65% e 70%.

O objetivo do governo grego é reduzir o seu endividamento em € 100 bilhões de um total de € 360 bilhões -parte dos papéis está na mãos de instituições como o Banco Central Europeu (BCE), que não está na negociação.

Para a Europa, o acordo é fundamental para impedir que a crise da dívida ganhe nova força e se arraste para economias muito maiores que a grega, como a Itália.

A ideia é "isolar" o problema grego porque a zona do euro dificilmente teria condições de absorver uma ajuda para os gigantes do bloco, que caminha para a recessão.

Fontes ligadas ao governo dizem que detalhes técnicos ainda precisam ser finalizados. O texto deve ser então levado a encontro de ministros das Finanças europeus em Bruxelas, na segunda-feira.

"A atmosfera das conversas é boa. Esperamos que sejam concluídas em breve", disse um porta-voz do governo grego. "É muito importante para a sustentabilidade da dívida nacional e nossa habilidade de administrá-la."

Ao fim do dia, o IIF divulgou nota em que disse que "os elementos para um acordo voluntário sem precedentes estão sendo formados".

"Agora é momento de agir decisivamente e agarrar a oportunidade de finalizar esse acordo histórico e contribuir para a estabilidade econômica da Grécia, da zona do euro e da economia global."

Hans Humes, do fundo de investimento Greylock Capital Management, afirmou ser possível obter uma adesão de 90% ou mais dos credores.

ADESÃO

Antes da rodada de conversas de ontem, Venizelos disse que só uma adesão total garantiria a sustentabilidade da reestruturação da dívida. "A participação tem de ser voluntária e tem de ser 100%."

Entre os credores privados da Grécia, estão os bancos BNP Paribas (francês), Deutsche Bank (alemão) e Intesa Sanpaolo (italiano).

Autoridades gregas também se reuniram ontem com a "troica" (Comissão Europeia, BCE e FMI) sobre a situação das reformas no país.

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