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Incerteza ronda nova primária nos EUA

Reviravoltas na corrida republicana durante a semana aumentam tensão na disputa de hoje, na Carolina do Sul

Vencedor de Estado, em que direita cristã tem forte peso, é sempre escolhido candidato do partido à Presidência

LUCIANA COELHO
ENVIADA A COLUMBIA E ORANGEVILLE (CAROLINA DO SUL)

Folclórica por eleger sempre o candidato que acaba concorrendo pelo Partido Republicana à Casa Branca, a Carolina do Sul vota hoje com duas prioridades -valores morais e poder de fogo para enfrentar Barack Obama- e a missão de nortear uma disputa que parecia selada.

Após reviravoltas na antevéspera da primária que foram da revisão da vitória de Mitt Romney na primeira etapa das duas disputadas à saída do ex-governador Rick Perry para apoiar Newt Gingrich e rumores sobre a vida conjugal deste último, qualquer desfecho soa possível.

Romney, ex-governador de Massachusetts, mantém o favoritismo, mas as pesquisas mais recentes indicam concorrência ferrenha de Gingrich, ex-presidente da Câmara. Ontem, ele tinha dois pontos de vantagem no agregador de sondagens Real Clear Politics.

Os demais aspirantes são o ex-senador ultraconservador Rick Santorum e o deputado Ron Paul, que apela à base jovem. Têm fatias significativas do eleitorado, mas, segundo analistas ouvidos pela Folha, não são vistos como prontos para o cargo pelo eleitor sul-carolinense.

"Estou completamente indecisa entre os quatro, e vim aqui me informar", disse Cadra Hartzog, 28, que deve votar pela primeira vez, enquanto esperava Gingrich em comício lotado em Orangeville.

Sua amiga Tanita afirmou que "tende a votar em Obama", como em 2008. "Mas queria saber mais sobre os republicanos para decidir."

Ante tamanha indecisão, as campanhas operavam a toda antes de as urnas eletrônicas do Estado abrirem.

Placas e banners lotavam calçadas e jardins. TVs e rádios traziam anúncios defendendo os valores morais de cada candidato. "Eles querem um candidato que fale a seus princípios religiosos. A Carolina do Sul é um bastião do [movimento ultraconservador] Tea Party", disse a analista Gina Smith, do jornal local, "The State", em conversa com jornalistas.

"Mas o principal assunto aqui é a economia, e muita gente quer alguém que fale de trabalho." O desemprego no Estado bate em 9,8%, acima da média nacional, 8,6%.

E, se Romney vai bem na economia, Gingrich, católico fervoroso, atrai o voto cristão.

Essa dicotomia deve tornar crucial o debate de quinta. E foi a noite de Gingrich, ovacionado ao criticar a mídia por evocar acusações de sua segunda ex-mulher, Marianne, de querer casamento aberto.

"Newt estava demais!", exclamou Herman Cain, que liderava no Estado antes de desistir, a uma rádio local. "Saiu por cima e reverteu uma situação desfavorável."

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